Tânia Laranjo
JornalistaDébora Carvalho
JornalistaArrancou esta segunda-feira, no Tribunal de Setúbal, o julgamento das cinco pessoas acusadas de envolvimento no homicídio de Jéssica, a menina de três anos assassinada a 20 de junho do ano passado.
Entre os arguidos estão Inês Sanches, a mãe da menina, Tita, a ama de Jéssica, Justo e Esmeralda, marido e filha de Tita, respetivamente. Estes três arguidos estão acusados de homicídio qualificado consumado, rapto, rapto agravado e coação agravada.
O filho de Tita, Eduardo Montes, bem como os restantes arguidos estão ainda acusados de um crime de violação agravado e de um crime de tráfico de estupefacientes agravado.
Avó de Jéssica emocionada à porta do tribunal
Julgamento adiado 2h devido a greve dos funcionários judiciais
O início do julgamento estava previsto ser às 9h15, mas devido a greve dos funcionários judiciais foi adiado para as 11h.
Arguido suspeito de violar Jéssica diz ao CM que vai falar em tribunal
Eduardo Montes, um dos arguidos suspeitos de violar Jéssica, garantiu ao CM que vai falar em tribunal.
"Quem não deve não teme", garante.
Recorde-se que Eduardo Montes é filho de Ana Pinto, alegada ama da vítima, e está acusado do crime de violação agravado e de um crime de tráfico de estupefaciente agravado.
Arguidos entram na sala
Arguidos já estão na sala. Estão presentes Tita, Esmeralda e Justo. Justo manda um beijo ao filho, Eduardo, e a mãe tenta falar com ele mas este ignora.
A mãe de Jéssica, Inês, entra na sala.
Justo chora.
Recorde-se que os arguidos são a alegada ama da vítima, Ana Pinto, conhecida por Tita, o marido, Justo Ribeiro Montes, e a filha, Esmeralda Pinto Montes, que estão acusados de homicídio qualificado consumado, rapto, rapto agravado e coação agravada.
Estes três arguidos, bem como outro filho de Ana Pinto, Eduardo Montes, estão ainda acusados de um crime de violação agravado e de um crime de tráfico de estupefacientes agravado.
Marido da ama de Jéssica diz que soube da morte da menina pela mulher e pela filha
Justo começa a intervenção e dá conta que não sabia que Jéssica ia lá para casa. "Dormiu lá, mas passava o dia fora", esclarece.
"A minha mulher dava-lhe comida. Não era como a mãe dela que só lhe dava iogurtes o dia todo", continua.
Justo diz que só conhece a mãe de Jéssica "de vista".
O juiz diz que não percebe o discurso de Justo e pergunta-lhe se viu acontecer alguma coisa a Jéssica. "Não vi nada. Não tenho nada a ver com isso", responde o arguido.
O juiz pede calma a Justo e questiona: "Estava lá a Jéssica e a sua neta. Uma casa pequena, não viu nada?". "Viu as meninas a brincar", pergunta ainda.
Justo confirma que sim.
Os restantes arguidos saem da sala para Justo falar.
Justo diz que só soube da morte de Jéssica pela mulher e pela filha.
"Chegou a ver a menina sem cabelo?", questiona o juiz. "Não vi nada disso", reponde Justo.
"Vi-a a bater com a cara no banco": Marido de ama de Jéssica fala sobre ferimentos da menina
Questionado pelo juiz se chegou a ver a menina ferida, o arguido diz que a mulher lhe contou que Jéssica caiu da cadeira. "Vi-a a bater com a cara no banco", responde.
O juiz faz referência ao facto de a criança ter muitas lesões e mostra fotografias a Justo. Diz ainda que havia vestígios de sangue encontrados na casa. "Não sei, não estava lá", reponde o arguido.
"Mas é a sua casa, não é?", questiona o juiz. Justo volta a responder: "Não sei".
O juiz folheia processo para procurar mais imagens para o confrontar.
O juiz acaba por confrontar Justo com uma imagem em que Jéssica está desfigurada e queimada na cara. O arguido diz que a menina não estava assim quando caiu da cadeira.
Justo nega versão dada por mãe de Jéssica
Juiz continua a procurar imagens no processo e Justo mantém a versão de que não sabe de nada.
"Fizeram alguma limpeza da casa antes de irem para Leiria?", questiona o juiz. "Não. Ninguém limpou a casa", responde Justo. "Consta que até cheirava a lixívia", volta a insistir o juiz. "Não, não. Não foi limpa", afirma Justo.
"E a Jéssica não esteve lá noutra vez?", pergunta o juiz. O arguido nega.
A procuradora do Ministério Público toma a palavra. "Se a criança esteve lá. Quais eram os seus hábitos?", questiona. "Acordava às 8h. Ia passear. Ao meio dia ia almoçar. E depois saia outra vez", reponde Justo.
A procuradora questiona se ao final do dia a menina voltava e dormia em casa. "Sim. Dormia na sala", responde Justo. "Descansava bem com duas crianças?", questiona a procuradora. "Sim. Elas estavam no quarto", responde o arguido.
A procuradora pergunta se alguma vez o arguido foi comprar alguma coisa para a menina. Justo exalta-se e começa a dizer que tudo o que Inês, mãe de Jéssica, disse é mentira.
A magistrada insiste na pergunta e pergunta se o arguido alguma vez viu a menina a tomar banho. "Não estava em casa". "A minha mulher podia lavar as meninas, mas eu não estava em casa", explica Justo.
"Nunca assistiu a nada?", questiona outra juíza que lhe apresenta outras fotografias da menina.
Justo é confrontado sobre se ouvia algum som durante a noite. "Não. Eu não fui!", responde. "Não sei. Não foi nada comigo", diz ainda. "Se eu tivesse visto, eu dizia", garante.
"Neste período, a menina saía de casa com a sua mulher ou filha?", questiona a magistrada. "Enquanto eu estava em casa, ela não saía. Depois, não sei", afirma Justo que diz ainda que nunca as viu sair da habitação.
"Isso é tudo mentira": Marido de ama de Jéssica nega ter vendido droga em casa
O juiz faz várias perguntas ao arguido, nomeadamente se fuma e se a neta brincava com isqueiros. Justo confirma que fuma, mas nega que neta brincasse com isqueiros.
"Mas foram encontrados vestígios dos isqueiros na Jéssica", refere o juiz. "Não sei", responde o arguido.
O juiz questiona em que lugar Justo guardava o isqueiro. "No meu bolso. Não dava a ninguém", defende o marido da ama de Jéssica.
"Se o isqueiro estava consigo. Como estavam vestígios da menor no isqueiro?", insiste o juiz. Justo responde: "Não tenho resposta para isso"
Sobre o xarope para as crianças, o arguido diz que não viu nada.
Outro membro do coletivo de juízes pergunta se a mulher de Justo era ama. Justo responde que não. O arguido é questionado sobre se foi combinado que a mulher ia receber algum valor. "Não sei", diz mais uma vez o arguido.
"A menina estava sempre com a mesma roupa?", questiona o membro do coletivo de juízes. "Não. Ela mudava de roupa", responde Justo, que diz ainda desconhecer a razão de Jéssica pernoitar em sua casa.
Sobre uma ida a Leiria com a menor, Justo assegura "que é tudo mentira". "Fui com a minha mulher ver o meu sogro, reponde Justo.
"Naqueles cinco dias, alguma vez saiu de Setúbal?", pergunta o membro do coletivo de juízes. O arguido responde que não.
No que diz respeito aos rendimentos familiares, Justo dá conta que recebia o valor de cerca de 500 euros do rendimento mínimo. O juiz pergunta se não tinha mais alguma fonte de rendimento. O arguido nega.
Sobre se estava em casa à chegada de Jéssica, Justo também responde que não, negando também que não viu a mãe da menina naqueles dias.
"E ouviu alguma conversa entre a sua mulher e filha com a mãe da menina?", pergunta o juiz. Justo volta a dizer que não.
"Isso é tudo mentira", defende o arguido quando questionado sobre se alguma vez vendeu droga em casa.
Pausa no julgamento
Pausa no julgamento. Sessão retoma às 14h30.
Greve na justiça adia sessão do julgamento do caso da morte de Jéssica
Sessão do julgamento do caso da morte de Jéssica é adiada devido a greve na justiça.
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