Sete arguidos conhecem a sentença hoje no Tribunal de S. João Novo, no Porto.
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Os arguidos da 'Máfia de Braga' conhecem esta quarta-feira a sentença pela morte do empresário de Braga no Tribunal de S.João Novo, no Porto. O Ministério Público pediu a pena máxima de 25 anos para os sete arguidos que estão em prisão preventiva. São acusados do rapto e homicídio de João Paulo Fernandes, de 41 anos.
O MP pediu ainda penas suspensas para outros dois arguidos, devido à menor gravidade no envolvimento dos crimes. Trata-se de um advogado que falsificou documentos e de um funcionário da Mercedes, que deu os carros usados no rapto.
Os dois raptores atuavam encapuzado e armados, agrediram o empresário e levaram-no de carro. "Vamos matar o teu pai", disse um dos raptores à filha do empresário.
Desde então, João Paulo nunca mais foi localizado. Mais tarde, soube-se que a vítima foi levada para um armazém em Valongo. Foi morta por estrangulamento e o seu corpo foi dissolvido em 500 litros de ácido sulfúrico noutro armazém em Baguim do Monte, Gondomar.
Que medidas foram tomadas pela polícia após o rapto?
A operação decorreu nas zonas norte e centro e incluíram diversas buscas domiciliárias em escritórios de advogados e estabelecimentos. A PJ designou a operação por "Fireball" (bola de fogo) , uma vez que durante a investigação os inspetores conseguiram fotografar o exato momento em que o carro usado no rapto foi queimado na Via Norte, na Maia.
Durante a operação, a PJ apreendeu várias armas de fogo, gorros, algemas, elevadas quantias de dinheiro e viaturas, entre outros objetos e documentos com relevância probatória.
Uma das buscas teve lugar no escritório de advogados de Pedro Grancho Bourbon, de Braga, que chegou a representar o empresário desaparecido em alguns processos relacionados com as suas empresas.
O que diz a acusação?
A família de João Paulo ficou sem os bens depois de se envolver num esquema montado com a ajuda de Pedro Bourbon e que teria como objetivo esconder o património dos pais da vítima, uma vez que as empresas daqueles estavam em situação de falência.
João Paulo Fernandes sentia-se culpado por ter apresentado Pedro Bourbon aos pais e estava a lutar para tentar reverter a situação.
Pedro Bourbon foi apanhado nas escutas. Durante várias semanas falou com o ‘Bruxo’ sobre o crime. Emanuel Paulino tenta acalmar Bourbon que se mostra preocupado com estas acusações e diz-lhe que vai corrigir "as pontas soltas".
Segundo o Ministério Publico, Paulino teve um papel importante no crime. Participou no roubo dos carros, no rapto, na morte e na destruição das provas. Hélder Moreira, um dos arguidos, disse mesmo durante o inquérito que foi o ‘Bruxo’ que estrangulou João Paulo Fernandes.
Cunhado do ‘Bruxo’, Filipe alegou no julgamento que está inocente
e que só estava em tribunal por ser cunhado de Emanuel Paulino. Segundo o Ministério Público terá tido, no entanto, uma participação ativa nos crimes.
"Hélder Moreira revelou que a morte ocorreu no armazém, sendo-lhe dito pelo Manuel/ou Filipe que o Paulino estrangulou a vítima enquanto estava amarrada", diz o auto de interrogatório do arguido, que foi ouvido pela PJ e pelo procurador.
Hélder revelou ainda que, para além do bruxo, no homicídio participaram Rafael Silva e os irmãos Adolfo e Manuel Bourbon. Garante que não assistiu ao crime, mas que ainda viu "o cadáver dentro de um bidão". O depoimento, prestado em outubro de 2016, foi lido a pedido do Ministério Publico, já que o arguido tem permanecido calado. É válido como prova.
O que disse a filha da vítima?
A criança explicou que quando entraram na garagem de casa, um carro de marca Mercedes entrou atrás deles. "Vinham num Mercedes preto. O meu pai viu e parou. Nesse momento, vieram os ladrões com gorros pretos a tapar a cara. Um deles era muito alto e tinha uma pistola. Deu-lhe com ela e depois empurrou-o com a ajuda do outro e meteram-no dentro do carro deles", disse.
Questionada pelo tribunal sobre se ouviu os homens dizerem alguma coisa, a menina disse que não se lembrava. "Só me lembro que o meu pai disse que se quisessem fazer aquilo que o fizessem noutra altura, não à minha frente", explicou, recordando que "quando entrou no carro começou a pedir socorro aos vizinhos, mas ninguém o ouviu".
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