Uma avaria na boia do carburador terá sido a causa da paragem do motor que resultou na aterragem de emergência de um avião Cessna, em agosto do ano passado, na praia de S. João, na Costa de Caparica, apurou o
CM. A manobra provocou a morte a Sofia António, de 8 anos, e José Lima, 56, que estavam no areal a aproveitar o dia de praia junto à beira-mar.
Segundo fontes próximas do caso, a aeronave, que fazia um voo de instrução, teve uma paragem de motor quatro minutos após ter descolado do aeródromo de Tires e quando sobrevoava a barra do Tejo no sentido Costa de Caparica.
As perícias já realizadas ao motor apontam para essa avaria na boia do carburador. O piloto instrutor, Carlos Conde de Almeida, afirmou aos investigadores ter feito "várias tentativas de arranque do motor", sem sucesso, ao mesmo tempo que retirou os comandos ao aluno Rui Relvas.
O motor viria a ‘pegar’ normalmente no hangar de Viseu onde as perícias estão a decorrer, o que causou estranheza aos investigadores mas que pode ser justificado pela referida avaria: a boia pode ter obstruído a passagem do combustível.
Apesar de ainda faltarem exames, o CM sabe que a PJ de Setúbal quer, por exemplo, realizar uma reconstituição ou simulação do voo. O instrutor deverá vir a responder por dois homicídios negligentes. Peritos e testemunhas asseguraram ao processo que o homem deveria ter afastado o Cessna das centenas de pessoas que estavam na praia e tentado uma manobra de amaragem no mar.