Acidente fatal aconteceu em 2015, no areal da Praia de Mira.
O piloto que morreu devido à queda do asa delta a motor, em 2015, no areal da Praia de Mira, Coimbra, não estava autorizado a voar nem o aparelho estava certificado, segundo o relatório final da investigação esta sexta-feira divulgado.
"Não foi evidenciada formação adequada do piloto para a prática da atividade; não estava autorizado a realizar o voo; não tinha qualquer tipo de registo de treino ou licença de praticante da modalidade; a aeronave não estava certificada", indica o relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), a que a agência Lusa teve acesso.
O acidente, que aconteceu na tarde de 26 de julho, vitimou o piloto português, à data com 50 anos, e provocou ferimentos graves no passageiro, de 30 anos e de nacionalidade francesa.
O GPIAAF aponta como causas prováveis para a queda do aparelho a "inadequada gestão da emergência pelo piloto" no momento em que o motor falhou, "culminando na perda de controlo da aeronave", sublinhando que "é provável que a falha do motor tenha tido origem no corte da ignição do motor, devido à operação inadvertida do interruptor de corte pelo passageiro".
"Não foram evidenciados registos de montagem ou manutenção pré e pós aquisição e importação do aparelho para Portugal. O sistema de ignição do motor foi encontrado incorretamente instalado e o sistema de corte do motor, composto por apenas um interruptor, foi encontrado totalmente desprotegido e instalado em local impróprio", acrescenta o relatório.
Em Portugal, a emissão das licenças e qualificações de pilotagem de voo livre são da responsabilidade da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), regulador do setor.
"Esta atividade desportiva com um incremento no número de participantes e responsável por acidentes e incidentes graves é regulamentada (...), porém sem supervisão ou controlo efetivo da atividade. Consequentemente, os praticantes da atividade não são obrigados a estar em conformidade com qualquer tipo de padrões, submeterem-se a treino ou possuírem uma qualificação formal", alerta o GPIAAF.
O relatório refere ainda que a atividade de autorregulação do voo livre em Portugal ocorre maioritariamente pelas Federação Portuguesa de Aeronáutica e pela Federação Portuguesa de Voo Livre que emitem licenças desportivas associadas a um seguro obrigatório.
"Estas licenças não se configuram como licenças aeronáuticas, apenas atestam que determinado praticante cumpre com os requisitos definidos pela sua associação. Este processo não é validado pela ANAC", salienta este organismo.
O GPIAAF defende que "todos os praticantes de voo livre devem passar por um programa de treino formal adequado para obtenção das respetivas licenças aeronáuticas", sublinhando que "só assim será possível mitigar alguns riscos e elevar o nível de segurança desta modalidade de voo".
Na sequência deste acidente, o organismo público responsável pelas investigações dos acidentes aéreos fez uma recomendação à ANAC para que o regulador do setor da aviação civil "cumpra e faça cumprir aos praticantes da atividade" o regulamento em vigor relativo ao licenciamento e formação destes pilotos e consequente emissão das licenças aeronáuticas.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.