Grupo Jerónimo Martins, ao qual pertencem os supermercados Pingo Doce, negaram vender atualmente "qualquer produto" de umas das empresas produtoras de frangos acusadas de "tratamento cruel" aos animais.
A providência cautelar interposta pelo Pingo Doce para interromper a campanha "#FimdoDoce, da organização Frente Animal, começou hoje a ser julgada, no Porto, com aquela grande superfície a garantir que segue "todas as práticas de bem-estar animal" que anuncia.
Na audiência, que decorreu o dia todo no Palácio da Justiça, responsáveis do grupo Jerónimo Martins, ao qual pertencem os supermercados Pingo Doce, negaram vender atualmente "qualquer produto" de umas das empresas produtoras de frangos acusadas pela Frente Animal de "tratamento cruel" aos animais.
Em dezembro, aquela Organização Não Governamental (ONG) acusou o Pingo Doce de recorrer a fornecedores responsáveis por maus-tratos a frangos, nomeadamente a Lusiaves, exortando-a a "mudar as suas políticas e práticas de bem-estar animal" e lançou a campanha "£FimdoDoce", na qual divulga imagens de crueldade com frangos associadas ao 'slogan' do Pingo Doce e a 'jingles' publicitários.
"A Lusiaves deixou de ser nosso fornecedor em março de 2025 e, desde julho de 2024, era um fornecedor muito residual, não fornecendo frangos para as lojas no Continente, apenas na Madeira", garantiu, na audiência, o responsável comercial do Pinto Doce, Filipe Silva, que garantiu que o grupo Jerónimo Martinha "há muito adotou as melhores práticas de bem-estar animal".
Questionada sobre se tinha havido contacto da Frente Animal sobre o "problema na Lusiaves", a diretora para a área da sustentabilidade do grupo, Ana Catarina Rovisco, assegurou que o Pingo Doce teve conhecimento das imagens divulgadas pela Frente Animal mas "que nunca lhes foi dito de que fornecedor se tratava".
"Por várias vezes enviamos pedidos para identificar os fornecedores em causa mas apenas nos foi dito, mais tarde, que era da zona de Coimbra (...). O que fizemos foi fazer uma auditoria aos fornecedores daquela área", explicou.
E continuou: "Podemos tomar todas as medidas e mesmo assim haver falhas. São feitas regularmente auditorias externas a todos os nossos fornecedores e nós também as fazemos porque o bem-estar animal é algo que nos diz muito".
Segundo uma das responsáveis pela comunicação do Pingo Doce, Helena Rocha", a campanha "#FimdoDoce" "é exclusivamente direcionada ao Pingo Doce e não identificado o fornecedor em causa" o que, garantiu, "gerou danos reputacionais e fez com que o Pingo Doce recebesse muitos mails e mensagens de consumidores a dizer que não fariam mais compras no grupo".
Na sessão de hoje foi ouvida apenas uma testemunha do lado da Frente Animal, gestora de campanhas corporativas da Frente Animal, Joana Machado, que explicou a razão por detrás da campanha "#FimdoDoce" e confirmou que houve conversações entre a ONG e aquela grande superfície.
"Um ano depois as perguntas eram as mesmas. Ficamos com a sensação de que era algo que se ia arrastar no tempo. A Jerónimo Martins alegava que quanto aos fornecedores externos tinha limites no controlo, mas se a empresa vende um produto que sabe que é de um fornecedor que tem estas práticas está a pactuar com aquele comportamento", apontou.
Questionada sobre o porquê de uma campanha a visar "apenas o Pingo doce", quando há outras grandes superfícies também clientes daquele fornecedor, Joana Machado apontou a visibilidade da Jerónimo Martins: "Falamos também com outros retalhistas (...) aqui a questão é que o Pingo Doce é uma empresa muito grande e que tem poder de influenciar
"O segundo motivo foi que o Pingo Doce foi aquele que arrastou mais a questão", disse
Embora defenda que a campanha "#FimdoDoce" já não está ativa, a Frente Animal recusa retirar as publicações feitas nas redes sociais, alegando que "é um registo do trabalho" da ONG.
A audiência continua dia 11 de julho para ouvir as restantes testemunhas da Frente Animal e para alegações finais.
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