A edição de hoje
Moradores queixaram-se da falta de bombeiros, mas era impossível estarem em todo o lado.
Populações desesperadas com o fogo a bater à porta
Foi o pior dia dos incêndios deste ano. O fogo andou pelas regiões norte e centro, um pouco por toda a parte. Covilhã, Trancoso, Penacova, Moimenta da Beira e Ribeira de Pena fazem parte de uma longa de concelhos onde o fogo andou a correr. Muitas populações, desesperadas, queixaram-se da falta de bombeiros e de meios aéreos, mas era impossível acudir a todas as situações. Foram os moradores dos lugares e aldeias que, com o coração na mão e de balde de água ou mangueira na outra, que iam dando conta do recado, como podiam, impedindo que as chamas atingissem as suas casas, com o fogo praticamente a bater à porta. Gente assustada, gente em lágrimas, a tentar salvar o que podia.
Milhares de hectares de floresta ficaram reduzidos a cinza. Quintas, hortas, barracões e anexos também não resistiram à passagem das chamas, alimentadas pelo vento e um calor sufocante. A imagem mais impressionante foi vista em Castaíde, Trancoso. Uma explosão medonha num barracão, com as labaredas a atingirem dezenas de metros de altura.
Não se sabe se o pior já passou. Doze distrito vão continuar em aviso laranja até amanhã, devido às altas temperaturas. Nos restantes, o risco de incêndio é menos elevado, mas nada de tranquilizador.
Às 19h00 de domingo, havia quatro incêndios que preocupavam a Proteção Civil: Sirarelhos, em Vila Real; Alvadia, em Ribeira de Pena; Freches e Torres, em Trancoso; e Pereira, na Covilhã. Mobilizavam 1245 operacionais, 392 veículos e 19 meios aéreos. No domingo, quatro operacionais foram assistidos e quatro foram transportados a uma unidade hospitalar com ferimentos ligeiros. Um civil também foi assistido.
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