A edição de hoje
Juízes do Campus de Justiça de Lisboa absolveram 'Manelito' por dúvidas sobre se este sabia que transportava droga na bagagem.
Um coletivo de juízes do Campus de Justiça de Lisboa absolveu, na manhã desta terça-feira, Manuel Irénio Lopes, conhecido como 'Manelito', do crime de tráfico agravado de droga. O presidente da federação guineense de futebol estava em prisão preventiva desde o início de maio de 2024, depois de ter sido preso pela Polícia Judiciária (PJ) , no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, com 13 quilos de cocaína na bagagem.
Desde a detenção que 'Manelito', também deputado, afirmava ter sido vítima de uma cilada. Fonte judicial disse ao CM que o arguido afirmava que um homem, que identificou junto do processo, lhe pediu para transportar mangas numa viagem para Portugal. O deputado aceitou, mas, à chegada a Lisboa, foi interpelado para revista pela PJ. Numa mala, que o guineense não quis, a princípio, que fosse revistada, os inspetores encontraram 13 quilos de cocaína pura.
'Manelito' ficou em prisão preventiva, primeiro na cadeia anexa à sede da PJ, em Lisboa, e depois na prisão de Caxias. Começou a ser julgado este mês. E, segundo disse ao CM o advogado Melo Alves, que o representa, a absolvição surgiu "porque a PJ não anexou uma prova importante ao processo". "Foi pedido à Polícia Judiciária da Guiné-Bissau o registo vídeo do aeroporto de Bissau, que mostrava o embarque do arguido e o momento em que ele recebe a mala onde estava a droga. Essas imagens nunca foram anexas ao processo", explicou. Assim, por haver clara dúvida de que o dirigente da federação guineense soubesse que transportava droga na bagagem, os juízes absolveram-no. "Ele foi libertado e pode regressar à Guiné se quiser. Não sabemos se o Ministério Público vai recorrer", concluiu Melo Alves.
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