Tribunal da Relação determinou que investigação a 'Kopelipa' e a 'Dino' por branqueamento de capitais deveria correr na justiça angolana.
Doze anos após o início da investigação aos generais Hélder Vieira Dias, ‘Kopelipa’, e Leopoldino do Nascimento, ‘Dino’, o Ministério Público entende que as suspeitas de branqueamento de capitais devem ser remetidas para Angola. Em 2024, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) avançou com o pedido de transferência dos autos, os generais recorreram e, finalmente, em junho deste ano, o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a remessa.
Apesar de nenhum dos suspeitos ter sido constituído arguido durante os mais de 10 anos de inquérito, a investigação, além de ‘Kopelipa’ e ‘Dino’ identificou vários testas de ferro: Luísa Giovetti, casada com o primeiro; Domingos Inglês, ex-chefe de gabinete do atual presidente angolano, João Lourenço; e os cidadãos Vincent Miclet, um empresário francês próximo de ‘Kopelipa’, Leonid Racchinsky e Filipe Cardoso.
No pedido de transmissão dos autos para a república de Angola, citado no acórdão da Relação, a que o CM teve acesso, o DCIAP alega que os suspeitos terão praticados crimes de branqueamento de capitais em Portugal, mas o crime precedente terá ocorrido em Angola. Logo, ainda que só ao fim de mais de 10 anos, as autoridades angolanas estão em melhor posição para investigar. Os procuradores detetaram várias movimentações financeiras entre sociedades offshore ligadas aos intervenientes. Para justificar, por exemplo, um desses casos, que envolvia uma transferência de uma offshore de Vicente Miclet para ‘Kopelipa’, o general apresentou um contrato para a compra de 334 veículos automóveis, no valor de 3,2 milhões de euros.
Uma segunda transferência, de 10 milhões de euros, entre os mesmo intervenientes, foi justificada com um “contrato de prestação de serviços para a escavação e preparação de um terreno para a construção de alvenaria de 150 casas, a prestar em Angola”.
Este processo nasceu em 2012 com a apresentação de uma queixa por parte de Adriano Parreira, antigo embaixador angolano, no Ministério Público português, denunciando várias figuras angolanas e portuguesas, que teriam desviado milhões de euros do seu país. Atualmente, ambos os generais estão a ser julgados no tribunal supremo de Angola por suspeitas de peculato, burla, falsificação de documentos, associação criminosa, abuso de poder, branqueamento de capitais e tráfico de influências. Em causa está um eventual desvio de milhões de euros dos cofres da República de Angola.
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