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Proteção Civil alerta para "tendência crescente de ignições"

Quanto às vítimas, já foram assistidas 121 pessoas nos incêndios e mais de 600 pessoas foram retiradas das suas casas.

13 de julho de 2022 às 13:46

A Proteção Civil registava ao final da manhã desta quarta-feira sete incêndios que indicavam "alguma preocupação" nos distritos de Leiria, Faro, Viseu e Viana do Castelo, num dia em que há "uma tendência crescente de ignições".

Num balanço feito pelo 12h00 na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, no concelho de Oeiras (Lisboa), o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, afirmou que havia 11 incêndios ativos, dos quais sete "indicavam alguma preocupação".

Segundo André Fernandes, os incêndios em curso mais preocupantes lavravam em Abiul, no concelho do Pombal, em Caranguejeira (Leiria), Monte Negro (Faro), Lindoso (Ponte da Barca), Abrunhosa-a-Velha (Mangualde), Portela (Monção) e em Freitas e Vila Cova (Fafe).

"Estes incêndios envolvem um total de 1 314 operacionais, 391 viaturas e 128 meios aéreos, o que significa que estão numa fase de ataque ampliado e o restante dispositivo, quer aéreo, quer terrestre, encontra-se em formatação de ataque inicial para garantir que novas ignições não se transformem em ignição de grande dimensão", disse o comandante nacional.

André Fernandes alertou para "uma tendência crescente de ignições, algo que não é tolerável face à situação de risco", sendo necessário "inverter esta subida de ignições".

Segundo a ANPEC, desde o início do dia de hoje ocorreram 69 incêndios, sendo os distritos do Porto, Braga e Coimbra onde se registam mais ocorrências de fogo.

O comandante nacional disse ainda que foram reforçados os diferentes teatros de operações, especialmente na região Centro com 814 operacionais de diferentes tipologias de forças, desde corpos de bombeiros, elementos do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, GNR e Forças Armadas.

Quanto às vítimas, já foram assistidas 121 pessoas dois dos quais considerados graves, desde quinta-feira devido aos incêndios florestais avançou hoje o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes.

"Entre os dias 07 e 12 de julho contamos com um total de 121 feridos assistidos, dois dos quais feridos graves. Um bombeiro com um pulso partido e um civil que na terça-feira sofreu queimaduras no incêndio de Abiul, no concelho do Pombal", disse André Fernandes, no 'briefing' à comunicação social para apresentar o ponto de situação dos incêndios que lavram no país realizado na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

O comandante nacional indicou também que a fase "mais complicada" até ao momento foi vivida na terça-feira à tarde nos distritos de Leiria e Santarém.

Nos incêndios de Abiul, em Pombal, e na Caranguejeira, Leiria, foram retiradas de casa 669 pessoas.

André Fernandes explicou que algumas destas pessoas já regressaram, mas em alguns casos ainda está a ser feita a validação da segurança das habitações.

Segundo a ANEPC, o incêndio em Cumeada (Ourém) provocou danos em 23 habitações, anexos e garagens, o de Abiul (Pombal) danificou quatro habitações e uma 'roulotte', em Caranguejeira (Leiria) sofreram danos duas habitações e uma vacaria e em Espite (Ourém) há registo de duas habitações e dois anexos.

André Fernandes precisou que a única via que se mantém cortada é o IC2 entre o nó do Barracão e o Nó da Boavista.

Questionado sobre as evacuações no incêndio do distrito de Faro, que deflagrou hoje, o comandante nacional disse que essa contabilização está a ser feita.

O mesmo responsável referiu igualmente que, do ponto de vista do combate, os reforços estão a ser feitos consoante as análises operacionais e de risco, existindo pré-posicionamentos de meios ao nível distrital, municipal e nacional, além do reforço do ponto de vista da vigilância.

André Fernandes apelou ainda à população para que adeque os comportamentos à situação de risco, recordando que a "tolerância é zero à luz do fogo".

"As ocorrências têm de diminuir", disse, relembrando que na terça-feira ocorreram cinco ignições em simultâneo na região de Leiria e foram também registadas "ignições noturnas em locais de difícil acesso".

O país esteve entre sexta-feira e domingo em situação de alerta devido ao risco de incêndio rural, tendo passado para contingência na segunda-feira, uma situação que se vai manter até às 23h59 horas de sexta-feira, mas que poderá ser prolongada caso seja necessário.

A situação de contingência, que corresponde ao segundo nível de resposta previsto na Lei de Bases da Proteção Civil, é declarado quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou medidas especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.

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