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PSP ignora ordem do Supremo Tribunal de Justiça

Sentença de 15 de março ainda não foi cumprida e polícias continuam sem receber nas férias.

16 de agosto de 2018 às 01:30

A 15 de março, o Supremo Tribunal Administrativo determinou que o corte de suplementos aos agentes da PSP durante o período de férias era ilegal. E impôs o pagamento por inteiro desta verba, incluindo retroativos desde 2010.

Cinco meses depois, os elementos policiais continuam sem receber os suplementos quando vão de férias. Em alguns casos, o valor chega aos 400 euros.

Por este motivo – e também para exigir o cumprimento do Estatuto da PSP no que à pré-aposentação diz respeito – os polícias fizeram um ultimato à Direção Nacional e ao Governo. Se estas questões não forem resolvidas haverá protestos nas ruas.

"É inadmissível que uma instituição como a PSP não respeite a decisão de um tribunal superior. Sabemos que a verba necessária para cumprir a sentença não foi disponibilizada pelo Governo, mas já é tempo de acatarem a decisão", aponta Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP).

"É uma situação que afeta quase 10 mil polícias. A Direção Nacional alega que já fez todas as diligências com o Ministério da Administração Interna e o ministério assumiu que teria de levantar os cortes. Mas até agora não mudou nada. Já esperámos o tempo necessário", alerta o responsável.

Em causa está o direito de pagamento em período de férias de vários subsídios, como suplemento especial de serviço, patrulha e turno, com efeitos retroativos, um valor que ascende aos 30 milhões de euros.

A Direção Nacional da PSP não respondeu às questões colocadas pelo CM.

PORMENORES

Três milhões

Só para pagar os suplementos devidos este ano seria preciso um montante próximo dos três milhões de euros, um valor que não estava previsto na dotação orçamental para a PSP em 2018.

De 149 a 462 €

Os suplementos especiais de serviço variam desde os 149 euros (Investigação Criminal) até aos 462 euros (Grupo de Operações Especiais) por mês. No Corpo de Intervenção o valor é de 283 euros.

Retroativos

A decisão de aplicar cortes nestes suplementos surgiu durante o Governo de Sócrates. Há elementos da PSP que desde então já perderam cerca de cinco mil euros e terão de receber o total.

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