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Pedro, o piloto que dormia com uma espada e decepou Fanico numa quinta do Alentejo

Amante de gatos, amistoso para uns, mal-humorado para outros, Pedro Gonçalves é suspeito da morte de Pedro Fanico.

01 de setembro de 2023 às 15:00

Os hóspedes que nas redes sociais elogiaram Pedro Gonçalves e a companheira pela forma como os receberam na Quinta Alada, em Montemor-o-Novo, dificilmente poderiam imaginar o cenário de horror e morte que se viveu esta semana naquele espaço bucólico com ‘yurts’ (tendas usadas pelos pastores nómadas da Mongólia), retiros espirituais e piscina orgânica.

Pedro Gonçalves, de 48 anos, piloto na companhia aérea SATA, é suspeito de ter assassinado com uma espada de samurai (designada por ‘katana’, na expressão japonesa) Pedro Fanico, de 40 anos, um homem nascido e residente em Almada, onde cresceu com a atual companheira de Gonçalves.

A antiga assistente de bordo, que assumia a gerência da quinta, onde também dava aulas de yoga, conheceria desde a infância Fanico.

Os motivos do crime são, por enquanto, nublosos. Fanico, que tinha acompanhamento psicológico, terá surpreendido Gonçalves no quarto, segundo a versão do homem que agora está em prisão preventiva.

A circunstância em que Fanico entrou na propriedade e o facto de estar descalço e em cuecas quando a GNR chegou ao local do crime também está por esclarecer.

Um residente em Montemor-o-Novo, conhecedor da Quinta Alada, disse ao CM que Pedro Gonçalves dormia com a espada debaixo da cama dado tratar-se de uma zona inóspita. Segundo a fonte, que pediu o anonimato, Pedro parecia uma pessoa tranquila.

Esta versão contraria a de um outro conhecedor das rotinas do piloto. De acordo com este segundo testemunho, Pedro teria explosões de mau humor, nomeadamente com uma antiga namorada e, pelo menos, num episódio com um elemento de uma tripulação da companhia aérea dos Açores.

Pedro Gonçalves é um homem reservado que gosta de gatos. Na redes sociais não tem fotos de rosto, surge sempre de costas ou com as mãos à frente da cara.

Reside numa zona rural de Sintra, onde promoveria regularmente festas e jantares. Uma atividade social durante a qual sempre se apresentava reservado o que motivaria alguma estranheza entre os convivas.

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