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Noite de violência na Grande Lisboa: confrontos, carros e autocarros incendiados e três detidos

Polícia em alerta máximo na segunda noite de desacatos pela morte de homem na Cova da Moura.

23 de outubro de 2024 às 00:10

Os desacatos que decorrem desde segunda-feira após a morte de um homem baleado pela PSP espalharam-se esta terça-feira à noite a várias zonas da Grande Lisboa, nomeadamente Carnaxide (Oeiras), Casal de Cambra (Sintra) e Damaia (Amadora), adiantou à Lusa fonte policial.

"Há focos de desordem em várias zonas da Área Metropolitana de Lisboa", referiu a mesma fonte.

No bairro da Portela, Carnaxide, registaram-se disparos, alguns dos quais da parte da PSP, que utilizou balas de borracha acabando por conseguir entrar no bairro.

Neste local, foi incendiado esta terça-feira à noite um autocarro, além de vários caixotes do lixo e uma viatura ligeira, disse fonte da PSP.

Pelas 23h45, registavam-se neste bairro novos focos de incêndio.

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As imagens do rasto deixado pelo autocarro em chamas na Portela de Carnaxide

No concelho de Sintra foi arremessado um objeto contra a esquadra da PSP de Casal de Cambra, sem causar danos, acrescentou a fonte.

Na Damaia houve desacatos em várias ruas, nomeadamente o arremesso de petardos e de pedras na via pública, bem como fogo posto em vários caixotes do lixo.

Os motoristas da Carris receberam indicações para não passar pelas zonas mais problemáticas.

Antes, ao início da noite, um autocarro tinha sido incendiado no bairro do Zambujal.

Além do policiamento no bairro do Zambujal, a PSP reforçou os meios em vários locais, principalmente nas denominadas Zonas Urbanas Sensíveis (Zus).

Fonte da PSP indicou que três pessoas foram detidas na terça-feira, duas das quais por incêndio e agressões a agentes policias, na sequência dos desacatos após a morte de um homem baleado pela PSP na Cova da Moura, Amadora.

Morto a tiro pela PSP

Odair Moniz, de 43 anos, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, na Amadora, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Segundo a direção nacional da PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial na Avenida da República, na Amadora, e "entrou em despiste" na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigem uma investigação "séria e isenta" para apurar "todas as responsabilidades", considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias. De acordo com os relatos recolhidos no bairro pelo Vida Justa, o que houve foram "dois tiros num trabalhador desarmado".

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Autocarro em chamas em Carnaxide

Na segunda-feira, o Ministério da Administração Interna determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna a abertura de um inquérito urgente e também a PSP anunciou a abertura de um inquérito interno para apurar as circunstâncias da ocorrência. O agente que baleou o homem foi entretanto constituído arguido, indicou fonte da Polícia Judiciária.

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