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RELÍQUIAS SEM PROCURA

Realizou-se ontem mais uma edição da Feira de Velharias e Coleccionismo de Santo Amaro, organizada pela Junta de Freguesia de Alcântara. Esta iniciativa, no entanto, começa a contar com uma clara falta de afluência de público, facto notado pelos próprios vendedores.

10 de junho de 2002 às 12:30

A primeira destas mostras remonta a Agosto de 2001, e surgiu como "uma aposta na dinamização do espaço cultural da freguesia", salientou ao Correio da Manhã Teresa Silvestre, responsável, indicada pela Junta de Alcântara, pela fiscalização do espaço da feira.

Autor da proposta que deu origem à Feira de Coleccionismo e Velharias, António Cardoso salientou precisamente a "capacidade aglutinadora de iniciativas como as feiras".

No entanto, nem todos os comerciantes partilham desta ideia. Repartidos pelo espaço do Jardim do Alto de Santo Amaro, mais de uma dezena de vendedores dedicavam-se a esperar pelos clientes, que tardavam em chegar. 'Habitué' destes espaços, Eduardo Tavares conhece, "por dentro", a Feira de Velharias do Alto de Santo Amaro. "Já aqui venho desde a primeira feira, que se realizou em Agosto do ano passado", referiu.

Orgulhoso detentor de dois lugares na Feira, este ex-pintor de automóveis paga uma quantia de quatro euros à Junta de Freguesia de Alcântara. "Participo noutras feiras, e em todas estou perfeitamente legalizado", referiu.

"O interesse dos clientes nas feiras está a diminuir, e o esforço é, em grande parte, dos vendedores", considerou Eduardo Tavares, ao mesmo tempo que observava alguns clientes, olhando as bancas.

Alguns metros mais à frente, o decorador de interiores Artur Azevedo, de 40 anos, fez questão de realçar o seu especial carinho pela numismática. "Desde os 12 anos que sou coleccionador de moedas, e ainda hoje mantenho esta paixão", referiu, apontando para grossos álbuns, carregadinhos de moedas antigas.

Para Agostinha Alves, "é muito provável que os tempos das feiras de velharias tenham chegado ao fim". Descontente com o escasso nível de vendas, esta antiga comerciante, de 62 anos, fez questão de salientar o "gosto pelo espaço da Feira do Alto de Santo Amaro". Mas "vender apenas um anel, em quatro horas de feira, é pouco", concluiu.

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