Corpos vão ser entregues às famílias. Buscas por restos mortais em Lamego foram encerradas.
1 / 19
1 / 27
As autoridades já identificaram três corpos das vítima de Lamego, através das impressões digitais, numa operação em contrarrelógio do Instituto de Medicina Legal do Porto em colaboração com o Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária. Esta sexta-feira três corpos já vão ser entregues às famílias.
As buscas pelos restos mortais das vítimas das explosões numa fábrica de pirotecnia em Avões, Lamego, foram hoje encerradas, após terem sido encontrados mais vestígios biológicos que podem apontar para a confirmação de oito mortos.
O Comandante Operacional Distrital de Viseu, Miguel David, explicou aos jornalistas que foram hoje encontrados mais vestígios biológicos, mas que apenas a perícia legal confirmará se pertencem aos dois desparecidos na explosão de terça-feira, elevando o número de vítimas mortais para oito, uma vez que já estavam confirmados seis mortos.
Viúva de Vítor Costa conta dor que tem vivido com os dois filhos
Em exclusivo à CMTV, Fernanda Costa, a víuva e mãe dos dois filhos de Vítor Costa, uma das vítimas da tragédia, conta como tem vivido estes últimos dois dias, de luto pelo marido que perdeu a vida na fábrica onde trabalhava.
"É uma dor muito grande. Metade de mim foi com ele. Restam-me os meus filhos. Se eu não os tivesse não iria conseguir suportar esta perda", revelou a recém-viúva, emocionada.
"O meu filho mais novo ainda não percebe o que é que está a acontecer. Põe-se a chamar pelo pai e a olhar para a porta. A mais velha não quer acreditar. Diz que o pai fugiu para longe e que ainda não teve tempo de voltar. Só agora que vai ter que ir fazer o teste de ADN é que se está a mentalizar", revela Fernanda, mãe dos dois filhos de Vítor Costa, de nove anos e 17 meses.
Equipa cinotécnica no terreno
Uma equipa cinotécnica da GNR especializada na identificação e busca de vestígios biológicos vai hoje à tarde participar nas operações em Avões, no concelho de Lamego, disse o comandante operacional distrital de Viseu, Miguel David.
No ponto de situação feito às 15h30 aos jornalistas, Miguel David explicou que as equipas continuam "a fazer a recolha de vestígios biológicos no terreno" e "a inativação de explosivos de uma forma controlada".
Segundo o responsável, a novidade de hoje à tarde é o reforço com "uma equipa cinotécnica da GNR proveniente de Lisboa, com uma especialidade também na identificação e busca de vestígios biológicos".
Corpos das seis vítimas já estão do Instituto de Medicina Legal
"Os corpos das seis vítimas mortais já foram transportados para o Instituto de Medicina Legal do Porto, para se proceder às perícias legais", afirmou o Comandante Operacional Distrital de Viseu, Miguel Ângelo David, ao CM. "Com a criação desta área de segurança e da possibilidade de podermos progredir no terreno, está previsto que possamos iniciar e dar continuidade ao processo de recolha de vestígios biológicos das restantes duas vítimas da explosão", acrescentou.
Os últimos restos mortais foram encontrados na quarta-feira, a mais de 600 metros do foco da explosão, pelo que o perímetro das buscas tem sido sucessivamente alargado. Só esta quinta-feira é que começam a ser feitas as identificações dos corpos, através da comparação com o ADN de familiares das vítimas. O proprietário da pequena empresa, a filha e outro familiar estarão entre as vítimas, soube o CM. As pessoas que perderam a vida neste acidente têm entre 22 e 52 anos.
"A explosão foi de facto de uma dimensão fora do normal. Isto obriga a que tenha de ser batida uma grande área. As causas das explosões estão ainda por apurar", adiantou ontem o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes. "A rapidez com que queremos fazer o trabalho de identificação dos corpos é por respeito às famílias das vítimas, para que possam fazer o luto. As famílias estão com apoio psicológico permanente", garantiu o secretário de Estado da Administração Interna.
Pólvora pode ter sido afetada por temperatura e humidade
A PSP acredita que o calor anormal para a época, bem como a taxa de humidade estimada em 50%, ou até inferior, que se fazia sentir no momento da explosão de terça-feira à tarde na pirotécnica Egas Sequeira, em Avões, Lamego, podem ter tornado volátil a pólvora armazenada na empresa, causando uma ou mais explosões.
O intendente Pedro Moura, diretor do Departamento de Armas e Explosivos da PSP, frisou, no entanto, "que esta é uma tese que só o inquérito poderá atestar".
"No local desde hoje [ontem] de madrugada estão um subintendente, uma engenheira química, e ainda um chefe e um agente, que estão a recolher provas. Queremos apurar o que causou a explosão, onde a mesma, ou as várias ocorreram, bem como a quantidade de explosivos que estavam na empresa", acrescentou. A empresa Egas Sequeira cumpria as condições de segurança impostas pela lei. "Estava a uma distância de 25 metros da primeira estrada, linha elétrica, pontes, caminhos e habitações. E tinha o fabrico vistoriado", concluiu Pedro Moura.
Padre de Avões "nunca viu tamanho desastre"
Detonações controladas no local
Esta quarta-feira foram feitas detonações controladas no local da tragédia, para inativar os explosivos que ainda de mantêm onde decorrem as buscas. Segundo Vítor Rodrigues, comandante distrital de Viseu da GNR, este trabalho de detonação decorreu da necessidade de "garantir essa mesma segurança, com o aumento do perímetro", de forma a ser "feito um trabalho sério e consequente".
O responsável da GNR considerou prematuro quantificar os explosivos que estão no terreno, contando que, "a todo o momento", está a ser encontrado material que é tratado "tecnicamente como tem de ser tratado".
"Não há noção exata do que ainda exista, mas não deve ser grande coisa porque a maioria rebentou", acrescentou.
No seu entender, como há "paióis vários, com muito material", o trabalho relacionado com a limpeza dos explosivos "deverá prolongar-se".
Marcelo apresenta pêsames às famíliasO Presidente da República deslocou-se na manhã desta quarta-feira a Lamego, onde esteve com as famílias das vítimas.
"Vim apresentar o pesar do povo português, que sinto que posso apresentar aos familiares. Quis acompanhá-los neste compasso de espera que têm de enfrentar para entrarem no luto". Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que as buscas são morosas, até pelas condições de segurança que as equipas de busca têm de enfrentar. "É uma corrida contra o tempo para encontrar os familiares e fazerem o luto. Sei que todos os operacionais que estão aqui farão tudo o possível para localizar as vítimas rapidamente, mas temos de perceber que as condições são muito específicas e agravadas pelo facto de as buscas não se poderem fazer de noite".
1 / 7
O Presidente agradeceu a todos os operacionais que estão no terreno e sublinhou a "excelente coordenação que encontrou no terreno entre as várias forças e autoridades".
Explosões sentidas a mais de 10 quilómetros
O alerta foi dado às 18h00 desta terça-feira. As explosões terão sido sentidas a mais de dez quilómetros de distância. Os rebentamentos verificaram-se num paiol (um depósito de material explosivo).
Estiveram no local, no dia da tregédia, diversos elementos do INEM, 128 bombeiros e 44 viaturas, bem como várias equipas de psicólogos e uma equipa de minas e armadilhas. A fábrica ficou totalmente destruída.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.