Arguidos remeteram-se ao silêncio no arranque do julgamento.
Os cinco vigilantes de uma empresa de segurança privada de Leiria, acusados de homicídio qualificado de um cidadão romeno nas imediações de uma discoteca da cidade, optaram pelo silêncio na primeira sessão do julgamento que esta segunda-feira começou.
O julgamento esteve agendado para o dia 16 de fevereiro, mas não se realizou porque uma advogada não compareceu, tendo a defensora nomeada pelo Tribunal Judicial de Leiria para a substituir requerido prazo para preparar a defesa.
Esta segunda-feira, os arguidos, a um dos quais está imputado também o crime de detenção de arma proibida, não quiseram prestar declarações ao coletivo de juízes, tendo o julgamento continuado com a audição de um inspetor da Polícia Judiciária (PJ) de Leiria.
Este inspetor explicou como se chegou aos acusados e, entre outras situações, apontou que "na noite dos factos comunicaram entre si, nomeadamente nas horas em que as agressões vieram a ocorrer".
O investigador, que há 16 anos está na brigada dos homicídios e assistiu à autópsia da vítima, afirmou que "até hoje nunca" viu "um corpo tão agredido e com tantas lesões traumáticas", considerando que "muito dificilmente" as agressões não terão sido "coadjuvadas pelos arguidos".
Advogados questionaram o inspetor sobre a forma como as imagens de videovigilância da discoteca foram entregues à PJ, a sua duração, se haveria a possibilidade de as mesmas terem sofrido "cortes e colagens" e como nelas se identificam os arguidos.
A propósito das imagens, referiu que "houve algumas informações que chegaram de forma informal e que indicaram quem eram as pessoas, mas não era um elemento de prova final", disse a testemunha, ao que um advogado alegou que este dado pode ter "contaminado" a investigação.
No despacho de acusação, lê-se que pelas 05:30 do dia 02 de janeiro de 2012, o estrangeiro a residir em Portugal saiu da discoteca Alibi, tendo sido abordado por um dos arguidos que "o instou a deslocar-se para um local afastado da entrada do estabelecimento".
Simultaneamente, o mesmo suspeito "fez um sinal gestual aos restantes arguidos que se encontravam nas proximidades, os quais rodearam" a vítima que obrigaram a deslocar-se "para o lado oposto da rua", onde a agarraram, imobilizando-a pelos braços, "ao mesmo tempo que lhe desferiam socos e pontapés no abdómen, no peito, na cabeça e nos membros superiores e inferiores".
Os suspeitos, com idades entre os 25 e 28 anos, que "trabalhavam à data dos factos como vigilantes da empresa de segurança Lexsegur", abandonaram o local com o homem prostrado no solo, que foi encontrado por dois funcionários da discoteca.
Para o Ministério Público, em consequência de tais agressões, o cidadão, de 23 anos, "sofreu diversas lesões traumáticas" que lhe causaram a morte na tarde do mesmo dia, no hospital de Leiria.
Segundo o despacho, algumas horas antes da agressão, a vítima tinha entrado na discoteca, apesar de ter sido aconselhada pelo porteiro a não o fazer, dado que aos domingos iam ao "estabelecimento seguranças da Lexsegur" e de ter havido, uma semana antes, uma "altercação" entre a vítima e um amigo e dois dos arguidos num café da cidade, pelo que estes pretendiam "acertar contas".
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