Artigo exclusivo
Menino de 13 anos viu a menina morrer. Foi ele quem pediu ajuda, quando a irmã de afeto começou a espumar pela boca.
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O filho de Márcia e meio-irmão das meias-irmãs de Valentina viu a criança perder as forças, a vida a esfumar-se. Foi ele quem ligou para Márcia e Sandro quando eles foram à lavandaria, depois do estado de saúde da menina se ter agravado. “Ela estava a espumar pela boca. Liguei à minha mãe e eles vieram. O Sandro tapou a cara da Valentina com o cobertor e depois foi para o quarto ver séries de televisão.”O menino conta que a mãe tentou pedir ajuda. Que disse a Sandro para chamarem o INEM mas que ele lhe respondeu que não. Assegura ainda que a mãe chorou muitas vezes, enquanto Sandro andava de um lado para o outro, com um ar assustado.O rapaz conta depois que ouviu Márcia e o padrasto combinarem que iam tirar o corpo da menina daquela casa, mas não sabe para onde foram. Apenas que voltou a ficar sozinho com as meias-irmãs de quatro anos. Sabia que Valentina já tinha morrido, percebeu que se iam desfazer do cadáver, que tinha de participar na mentira que se seguia.Num longo depoimento, de mais de hora e meia, a criança recordou o medo que teve quando Valentina foi espancada. “Ela respirava devagarinho”, lembrou o menino, não deixando dúvidas de que todos perceberam - o pai e a madrasta - que o estado de saúde de Valentina era muito grave e que a agressão lhe poderia provocar a morte. Ex-ama diz que ouviu falar de abusos sexuaisCatarina Alexandra, a ex-ama da criança que terá falado a Márcia sobre a possibilidade de Valentina ser vítima de abusos, esteve ontem em tribunal e reconheceu que de facto soube da suspeita de ataque sexual. Diz que quem lhe contou foi a madrinha do filho, mas depois não explicou sobre quem recaíam as mesmas suspeitas. O juiz não deixou que prosseguisse - essa parte da acusação foi arquivada por falta de indícios - e Catarina Alexandre nada falou sobre o homem a quem Valentina chamava de padrinho e que seria alguém com que Sónia teria mantido uma relação. Sandro, por seu turno, já tinha dito de manhã que foi esse o motivo que o levou a dar uma palmadas à filha: saber que a menor era abusada e que se calava a troco de prendas. Márcia desmentiu-o e garantiu que foi ao tentar extorquir uma confissão à criança que o pai perdeu a cabeça e a matou à pancada. A procuradora acabou por prescindir do depoimento do padrinho em tribunal e as defesas não se opuseram. Durante o inquérito, o homem garantiu que nunca esteve a sós com a menina e negou ter mantido contactos sexuais. Disse que nunca tinha ouvido tal versão, até ao momento em que Sandro avançou com essa explicação. O menor de 13 anos também disse que Márcia lhe falou de bilhetes sexuais que Valentina trocava com colegas. "Falei uma ou duas vezes com Valentina"A mãe de Valentina entrou e saiu da sala de audiências sem olhar uma única vez nos olhos de Sandro ou de Márcia. Estava nervosa e foi a primeira testemunha a prestar depoimento. Sónia Fonseca revelou aos juízes que falou “uma ou duas vezes” com a filha durante o período em que aquela esteve na casa do pai e da madrasta em Atouguia da Baleia, Peniche . “A Valentina não gostava de falar ao telefone”, justificou a mãe da menina, que garantiu que esta gostava de estar na casa do pai. “Ela dizia que tinha duas mães.” Para saber como estava a filha, Sónia telefonava todas as semanas a Márcia. Era desta forma que sabia notícias de Valentina. Com Sandro falou “muito pouco” porque tinha mais à-vontade com Márcia. Sónia falou pela última vez com a filha no Dia da Mãe, quatro dias antes da morte de Valentina. Diz que a menina estava bem-disposta e alegre e revelou as últimas palavras que ouviu da filha. “Beijinhos, gosto muito de ti”, contou. A mãe de Valentina diz que soube do desaparecimento no dia 7 de maio. Falou com Márcia e notou que esta estava “nervosa”. Garantiu ainda que nunca ninguém lhe sugeriu que a menina pudesse ser vítima de abuso sexual e que a ama da filha nunca lhe disse nada sobre isso.
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