A esperança de recuperar peças de ouro roubadas levou ontem à Directoria de Lisboa da Polícia Judiciária 150 vítimas – quando estavam notificadas para comparecer ontem apenas cem. Mais de 2500 artigos, entre fios, anéis e relógios, furtados de residências em todo o País entre Junho de 2008 e Junho de 2009, estão, desde ontem e até sexta-feira, em exposição.
Do interior da sala recheada de bens valiosos, vários eram os casais, ou solitários, de várias idades, que saíam com um sorriso no rosto, aliviados por encontrarem o que lhes pertencia. Mas outros tantos não tiveram a mesma sorte.
"Fiquei sem um milhão de euros em jóias. Fiquei sem conjuntos completos, da Cartier e da H. Stern. Algumas das peças que me roubaram estão editadas em livro. São peças de estilista, desenhadas para uma só pessoa e talvez não volte a vê-las, aqui não estavam", lamenta ao CM a farmacêutica Isabel C., que não quis ser identificada – enquanto folheia o livro de um dos maiores joalheiros portugueses, Virgílio Seco, que levou para fazer prova das suas peças. O roubo à sua moradia, no Porto, ocorreu em Dezembro de 2008. Isabel não estava em casa. Os ladrões foram apanhados e segundo a vítima, de 58 anos, "estão a cumprir 15 anos de cadeia."
Este é apenas um entre os vários casos. Para recuperar as peças os lesados têm de apresentar provas – entre documentos e fotografias. Se for feita prova levam consigo o que lhes pertence, no dia. Foi o caso de Maria Silva, de 47 anos: "Consegui recuperar o que tinha em fotografias, já as tenho. Levaram-me quase 50 mil euros em jóias, que pertenciam à minha mãe. Faleceu uns dias antes do roubo. Recuperar parte já é um miminho."
A iniciativa inédita surge na sequência de uma investigação da Polícia de Madrid, que em 2009 desmantelou uma rede suspeita de vários assaltos na Península Ibérica. Na operação, intitulada ‘Jugoslávia’, 50 pessoas acabaram detidas.
O DIAP de Lisboa, durante mais de dois anos, procedeu ao levantamento de processos ligados ao furto ou roubo de ouro. Acabaram identificados 196 lesados. As peças foram logo expostas nos sites das várias autoridades e, desde então, a adesão não podia ter sido maior.
"ESTAS PESSOAS SÃO VÍTIMAS", Vítor Alexandre, Director da PJ de Lisboa
Correio da Manhã – É a primeira iniciativa do género?
Vítor Alexandre – Com esta dimensão, sim. Cerca de 200 pessoas foram notificadas para comparecer, mas hoje recebemos uma autêntica ‘avalanche’ de pessoas.
– Como surgiu esta acção?
– A operação foi levada a cabo pelas autoridades espanholas, da qual resultaram várias detenções e apreensões. As autoridades do país pediram a nossa colaboração para investigar. Há muitos meios envolvidos nesta acção.
– Qual o significado da exposição?
– Por cada objecto que é entregue a quem lhe pertence, para nós é gratificante, é sinal de que ajudámos. Estas pessoas são vítimas.
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