"São 19 freguesias de um total de 3.091", frisou o primeiro-ministro em entrevista ao jornal La Vanguardia.
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António Costa, questionado sobre o facto de Portugal ter registado uma menor taxa de mortalidade da covid-19 do que Espanha, Itália e Reino Unido, invocou a necessidade de "prudência" nas comparações internacionais, ponto em que também rejeitou a ideia da existência de uma segunda onda da pandemia em Lisboa, em declarações ao jornal catação La Vanguardia.
"Não se trata de Lisboa, mas de alguns bairros de municípios vizinhos. Não há um agravamento, mas nessas zonas não se assistiu à redução generalizada registada em todo o território. São 19 freguesias de um total de 3.091", especifica.
Confrontado com a possibilidade de esta situação poder afetar a realização da fase final da Liga dos Campeões de futebol em Lisboa, em agosto, o primeiro-ministro afasta esse cenário: "Não existe nenhuma relação com o centro da cidade de Lisboa, onde terá lugar a Champions".
Sobre as diferenças existentes no debate político espanhol e português, que o jornal La Vanguarda classifica como "mais tranquilo", António Costa argumenta que "cada país tem as suas tradições políticas" e relaciona essa circunstância com a ideia de haver em Portugal "maior unidade territorial", sendo um país "mais pequeno e menos fragmentado do ponto de vista partidário".
Nesta entrevista, o primeiro-ministro aborda ainda a questão das ligações ferroviárias entre Espanha e Portugal, dizendo que devem ser objeto de reflexão.
"Temos de pensar nas conexões das cidades portuguesas com uma rede ibérica de alta velocidade e não apenas na ligação de Lisboa com Madrid. Temos de pensar na conexão do Porto com a Galiza, da conexão com Sevilha e Barcelona, tendo uma visão global da Península Ibérica", sustenta.
Costa reclama acordo europeu em julho e admite ministra espanhola no Eurogrupo
O primeiro-ministro adverte que a evolução negativa da economia em todos os países exige um acordo europeu já em julho, e admite que a ministra espanhola Nadia Calvino suceda a Mário Centeno na presidência do Eurogrupo.
Estas posições foram transmitidas por António Costa em entrevista ao jornal catalão "La Vanguardia", publicada três dias antes de Portugal e Espanha reabrirem a sua fronteira terrestre, numa cerimónia que se vai realizar entre Badajoz e Elvas com a presença do rei de Espanha, Filipe VI, do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e com os primeiros-ministros dos dois países ibéricos.
Interrogado sobre a candidatura da ministra da Economia de Espanha para suceder ao ex-ministro das Finanças Mário Centeno na presidência do Eurogrupo, o primeiro-ministro português responde que "seria muito importante que esse posto se mantivesse na família socialista".
"Temos de fazer uma concertação entre todos, mas, claro, Nadia Calvino tem todas as condições", declara, antes de se referir às consequências económicas e financeiras da pandemia de covid-19 no plano internacional, sobretudo na União Europeia.
"Todas as previsões que vão saindo, não apenas para Espanha, são piores para todos os países do que há umas semanas", disse, deixando depois uma advertência em termos de expectativas.
"Devemos tomar consciência de que vai ser muito duro, porque não vamos voltar aos índices de fevereiro de 2020 nem em um mês, nem em um ano. Vamos necessitar seguramente de dois anos no mínimo para recuperar o nível em que estávamos quando a covid-19 apareceu", advertiu.
Nesta entrevista, António Costa defende uma vez mais a proposta da Comissão Europeia para a criação de um fundo de recuperação e considera que será "uma oportunidade única", no primeiro Conselho Europeu sob presidência da Alemanha, poder aprovar-se esse programa.
"As empresas, os trabalhadores e as famílias precisam de respostas urgentes a esta pandemia económica e social, que é a outra dimensão da covid-19. Há momentos em que os políticos não têm outra opção do que fazer aquilo que é necessário. Não se pode perder tempo, porque a crise exige uma resposta urgente para todos", sustentou.
Neste contexto, o primeiro-ministro avisa para as nefastas consequências de um adiamento das decisões europeias, considerando que, se não for obtido um acordo político em julho, "o programa não estará em vigor em janeiro" de 2021.
"Nessa altura levaremos quase um ano de crise e estaremos provavelmente com uma segunda onda [da pandemia]. Há que agir agora", acentua o líder do executivo português.
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