Setor privado vai apoiar a gestão dos médicos de família
Vão chamar-se USF modelo C, prevendo-se que as primeiras 20 abram em Lisboa e Vale do Tejo.
O setor social e o setor privado vão avançar para a gestão das unidades de saúde familiar (USF) - pequenas unidades que funcionam nos centros de saúde -, medida que estava na gaveta e que irá entrar numa fase experimental. Vão chamar-se USF modelo C, prevendo-se que as primeiras 20 abram em Lisboa e Vale do Tejo (10); Algarve (5) e Leiria (5), zonas carenciadas de médicos de família.
A medida foi na quarta-feira anunciada pela ministra da tutela, Ana Paula Martins, durante um balanço do Plano de Emergência e Transformação da Saúde e será esta quinta-feira aprovada em Conselho de Ministros. A abertura dos novos centros será determinada através de concurso e os profissionais, que deixam de estar dependente das vagas definidas em concurso anual, vão receber incentivos.
De acordo com a ministra, estas unidades vão ter autonomia de gestão e, no caso do setor privado, grupos de profissionais de saúde podem juntar-se para concorrer. Sobre este tema, a secretária de Estado Cristina Vaz Tomé admitiu alguma preocupação com o risco do ‘modelo C’ vir a “canibalizar” profissionais já a trabalhar no SNS, adiantando que o decreto irá restringir o acesso: “Vamos criar formas de condicionar temporariamente, mas vamos querer captar os recém-especialistas.” Adiantou que o objetivo é dar, até final do ano, médico de família a mais 200 mil portugueses.
Sobre os três meses de implementação do plano, Ana Paula Martins disse “que não pode acontecer” o encerramento de urgências de Obstetrícia, referindo que as unidades locais de saúde têm de garantir uma gestão eficaz dos recursos humanos. Adiantou que, apesar de ter sido assegurado que as maternidades de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve funcionassem em rede, no último domingo, 17 urgências estiveram de portas fechadas.
A oposição em peso criticou a abertura das USF ao privado.
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Vacinas: gripe e covid-19 O Governo vai gastar 7,6 milhões de euros com a vacinação contra a Covid-19 e a gripe nas farmácias e quer ter mais pessoas vacinadas até final de novembro. A campanha começa no final do mês. Prevê-se o alargamento da disponibilização da vacina contra a gripe de dose elevada, gratuita, a partir dos 85 anos e em lares.
Oito medidas urgentes Até agora, em três meses de implementação do plano, foram concretizadas oito das 15 medidas urgentes. O plano é composto por um total de 54 medidas.
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