Agência admite "debilidades crónicas" na gestão do dispositivo de combate a incêndios

Tiago Oliveira destacou que era previsível" os incêndios consumirem "áreas ardidas muito grandes", como aconteceu este ano.

23 de setembro de 2025 às 18:19
Incêndios Foto: Ricardo Almeida
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O presidente da agência integrada dos fogos rurais disse esta terça-feira que "há debilidades crónicas" na gestão do dispositivo de combate, avançando que este ano o sistema não conseguiu proteger as aldeias e gerir o fogo dentro das florestas.

Na comissão parlamentar de Agricultura e Pescas, onde foi ouvido esta terça-feira à tarde, o presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), Tiago Oliveira, sublinhou que "era previsível" os incêndios consumirem "áreas ardidas muito grandes", como aconteceu este ano.

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"O que não era previsível era a pressão que houve nos territórios agrícolas, ou seja, o fogo escapou para muitos territórios em que o mosaico não foi aproveitado enquanto oportunidade de supressão", disse, dando como exemplo os incêndios nos concelhos da Mêda, Penedono, Sernancelhe e na Cova da Beira onde o fogo passou por 27 aldeias e "nem todos tinham bombeiros".

Segundo Tiago Oliveira, o sistema de combate "não teve a velocidade de antecipação e de enquadramento para dar a resposta e proteger aquelas aldeias".

"Algumas aldeias até sobreviveram, não houve feridos e até fatalidades porque estavam preparadas pelo programa Aldeia Segura ou porque havia gente lá de férias e arregaçou as mangas e fez o seu trabalho", frisou.

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O responsável da agência que coordena os fogos rurais avançou que o sistema também não teve "capacidade de antecipação para gerir o fogo dentro da florestas e aproveitar as oportunidades de ancoragem que os incêndios foram permitindo".
"Há crónicas debilidades na gestão do dispositivo, tanto do combate como da prevenção", afirmou, ressalvando que ainda não há uma análise ao que se passou este ano. 

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