Alface-do-mar comestível está a pintar de verde as praias do Algarve
Maior concentração de nutrientes leva a maior aparecimento de algas nas praias.
Algumas praias do Sotavento algarvio têm estado, nos últimos dias, pintadas de verde devido à acumulação de algas no areal e nas zonas de rebentação. O fenómeno natural é cada vez mais frequente, mas não oferece perigo para os banhistas.
“Há muitos anos que acontece isto, por vezes elas depositam-se na praia e depois degradam-se no areal”, referiu ao CM Rui Santos, investigador da Universidade do Algarve.
Na zona do Sotavento algarvio, a alga mais frequente apresenta uma cor esverdeada. É conhecida como alface-do-mar, sendo uma espécie que tende a multiplicar-se na ria Formosa quando há junção de boa temperatura e luz a uma maior concentração de nutrientes. É uma alga comestível, rica em antioxidantes e muito utilizada na culinária japonesa. Por sua vez, na zona do Barlavento algarvio, é mais comum a alga castanha e vermelha, que surge dos fundos rochosos, habitualmente após vários dias de rajadas de ventos constantes.
Numa altura de férias e de grande concentração de pessoas nas praias do Sul do País, o aparecimento destas algas nas zonas de rebentação e nos areais tem desagradado alguns banhistas.
A falta de ondulação e as águas quentes acabam por cimentar a presença das algas nas praias, visto não haver uma grande movimentação da água do mar. De forma a estudar estes fenómenos, a Universidade do Algarve tem disponível, desde 2021, uma plataforma online onde é possível reportar os locais de aparecimento. Assim, é possível estudar as zonas mais frequentes onde aparece cada espécie.
E TAMBÉM
INVESTIGAÇÃO
Docente de Biologia, há várias décadas, na Universidade do Algarve, o investigador Rui Santos tem coordenado vários projetos no estudo das algas. Faz parte do Centro de Ciências do Mar e, juntamente com os investigadores João Silva e Ester Serrao, está inserido atualmente no Projeto Vertical Algas.
Cuidados
As algas marinhas são ricas em iodo, essencial à saúde, entre outros minerais. No entanto, consumida em excesso, pode afetar o funcionamento da tiroide.
A plataforma GreenCoLab quer ser no Algarve um grande polo no setor das algas, fornecendo serviços especializados de laboratório. Neste local, já desenvolveram linhas de cerveja e caviar com a utilização de algas de origem nacional.
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