Alzheimer Portugal obrigada a fazer cortes
Técnicos Oficiais de Contas recomendaram corte de despesas para equilibrar contas.
A Associação Alzheimer Portugal está em reestruturação e teve de apresentar uma revisão ao orçamento para poder sobreviver e assegurar a atividade. Os técnicos oficiais de contas recomendam o corte de despesas. As dificuldades financeiras devem-se à quebra nos apoios do Estado e ao atraso na revisão de um protocolo da parte da Segurança Social.
De acordo com o Relatório de Contas de 2017, a Alzheimer Portugal apresentou um resultado negativo de 11 mil euros, quando em 2016, tinha fechado o ano com 169 mil euros positivos.
Ao CM, Manuela Morais, que assegura a presidência depois de José Carreira se ter demitido do cargo, admite as dificuldades e a dispensa de colaboradoras que tinham contratos a termo. A dirigente garante que não está prevista a dispensa de funcionários com contrato efetivo.
Manuela Morais lamenta que a Segurança Social ainda não tenha revisto o protocolo de uma delegação regional da instituição, prometido há anos. "É uma diferença entre pagar 100 euros por utente ou 600", refere a responsável ao CM, sublinhando que também a indústria farmacêutica tem diminuído os apoios.
Sobre as contas de 2018, a dirigente prevê que sejam "melhores".
Só dois mil associados têm as quotas pagas
O valor da quota anual passou de 20 para 25 euros. A associação presta ajuda a milhares de doentes com Alzheimer e respetivas famílias.
Clarificação dos modelos de financiamento
No relatório de 2017 é referida a necessidade de clarificar os modelos de financiamento que suportam os acordos de cooperação com o Estado.
É referido que se tem revelado "difícil" o equilíbrio entre despesas e receitas, devido à especificidade do cuidar de pessoas com demência.
PORMENORES
Sem revista em papel
A última revista em papel de 2018 não vai ser enviada aos associados pois a produção e envio custam 3500 euros.
Mais de 11 mil associados
A 31 de dezembro de 2017 a Alzheimer Portugal contava com 11 392 associados, dos quais 9638 ativos. Segundo as estatísticas, as demências afetam mais de 180 mil pessoas.
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