Amigo perdoa Sócrates
Empresário e ex-primeiro-ministro com versões diferentes.
Os juízes desembargadores do Tribunal da Relação de Lisboa são claros no acórdão. Os ‘empréstimos’ de Carlos Santos Silva não eram para pagar e o próprio empresário o reconhece. Na gíria da investigação criminal, este facto pressupõe que Carlos Santos Silva ‘entregou’ o amigo Sócrates, ao facilitar à investigação um facto essencial para a produção da prova contra o ex-primeiro-ministro.
"Não se compreende que o arguido Carlos aluda a empréstimos a José Sócrates sem consistência documental, garantias de pagamento, anotação de dados quanto aos montantes e prazos de reembolso envolvidos e, pasme-se, acabando até por reconhecer o primeiro que, afinal, nem estava a pensar que houvesse um retorno de pagamento", referem os juízes no acórdão.
A afirmação corresponde aos factos ocorridos no primeiro interrogatório, em dezembro do ano passado. Carlos Santos Silva foi confrontado com as transferências de dinheiro, alegou que seriam empréstimos, mas admitiu que não esperava ser ressarcido.
O empresário Carlos Santos Silva e José Sócrates apresentaram versões diferentes sobre o destino e, na prática, a propriedade do dinheiro, as quais lhes poderão ser prejudiciais.
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