Associação Académica da Universidade de Lisboa repudia aumento de propinas

Governo anunciou na terça-feira o descongelamento das propinas a partir do ano letivo 2026/2027.

03 de setembro de 2025 às 08:34
Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa Foto: Mariline Alves
Partilhar

A Associação Académica da Universidade de Lisboa (AAUL) repudiou a intenção do Governo de descongelar o valor das propinas das licenciaturas a partir do ano letivo 2026/2027 e promete lutar contra uma medida que considera ser um retrocesso.

O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, anunciou na terça-feira que o Governo vai descongelar, a partir do ano letivo 2026/2027, o valor das propinas das licenciaturas, que não sofre alterações desde 2020 e passará de 697 para 710 euros.

Pub

Na terça-feira à noite, em comunicado, a AAUL veio demonstrar o "seu repúdio total e condenação veemente à confirmação pelo Ministério da Educação da sua intenção de subir as propinas de forma progressiva a partir do ano letivo 2026/2027".

No entendimento da AAUL, a decisão do Governo é "não apostar no financiamento público, mas na elevação de barreiras já vertiginosas, optando pelo corte do maior elevador social que o país conheceu".

Na opinião da Associação, um país que trata assim a sua educação é um país que se autocondena à estagnação e baixos salários.

Pub

"Os estudantes merecem mais, as Instituições de Ensino Superior merecem mais. Acima de tudo, o país merece mais. Esta opção não é apenas errada, é um retrocesso, uma afronta e um desafio. Num dia onde o Governo promove a reforma da Ação Social, como que atirando areia aos olhos, submete os estudantes a mais uma humilhação".

Na nota, a AAUL lembra que atualmente estudar custa cerca de 900 euros por mês e os quartos em Lisboa cerca de 500 euros, sem contrato.

"As residências tardam, o investimento é inexistente e as Instituições de Ensino Superior sobrevivem num ambiente de sucessiva asfixia, enquanto os seus estudantes (Sobre)vivem", sublinha a AAUL.

Pub

A Associação diz ainda que os "estudantes já demonstraram que quando desafiados, reagem, resistem e vencem".

"Temos a certeza que todo o movimento associativo será mobilizado e, no que cabe à AAUL, encetaremos todos os esforços possíveis para impedir o avanço desta medida, tanto no Governo como na Universidade de Lisboa. O futuro do ensino superior joga-se agora. Estaremos na linha da frente, com firmeza e responsabilidade, na defesa dos direitos dos estudantes", é referido na nota.

Na terça-feira, a Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa (UNL) contestou o aumento das propinas anunciado pelo Governo e prometeu "dar resposta nas ruas".

Pub

"Não aceitamos esta tentativa de aumento da propina nem nenhum outro que venha a seguir e deixamos a certeza de que se o Governo não voltar atrás nas suas intenções de aumento da propina no quadro do Orçamento do Estado 2026 os estudantes darão resposta nas ruas, em luta, unidos", refere a associação em comunicado.

A atualização das propinas de licenciatura, de acordo com Fernando Alexandre, será feita com base na taxa de inflação de 2025 e será incluída na proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2026 para entrar em vigor no ano letivo 2026/2027.

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar