Aumentam casos de cancro por amianto
Especialista em pneumologia diz que a incidência da doença está a aumentar.
Um especialista em pneumologia afirmou esta sexta-feira que o número de casos de cancro relacionado com exposição a amianto está a aumentar e defendeu a necessidade de quem esteve exposto realizar exames médicos para diagnosticar a doença em fases precoces.
"É uma situação muito complicada, atualmente ainda é um tumor com uma incidência relativamente baixa, mas está aumentar, tem um período de crescimento entre os 20 e os 30 anos" e, se o auge da utilização de amianto na construção civil e naval foi nos anos 70 e 80, "é agora que está a aparecer massivamente e continuará a aumentar progressivamente", disse Jorge Cruz.
Jorge Cruz explicou que "uma das coisas que [o amianto] provoca são tumores nas vias aéreas, nomeadamente o cancro do pulmão, mas principalmente o mesotelioma, um tumor maligno, altamente agressivo, em que está provado completamente a relação direta entre exposição ao amianto e aparecimento do tumor".
Em Portugal, em 2011 o número de casos daquele cancro "andava à volta dos 50", mas "estou convencido, até pela minha experiência pessoal, [pois] estou a operar muitos mais casos, que a sua incidência está a aumentar", salientou o especialista. "Há três ou quatro anos, raramente me aparecia um mesotelioma para operar e este ano já operei dois ou três, quase uma média de um por mês", especificou o pneumologista.
O pneumologista da Fundação Champalimaud falava aos jornalistas à margem de uma ação de sensibilização organizada pela Quercus em Lisboa e que contemplou um seminário com especialistas de várias áreas e a apresentação de um "mini-estaleiro" com os equipamentos utilizados para retirar o amianto, substância utilizada na construção, há alguns anos, mas depois proibida por se ter comprovado que a sua inalação pode causar cancro do pulmão.
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