Casal e três meninas salvam-se após ataque de orcas a veleiro que afundou

A 90 km ao largo de Peniche. Pais e crianças de 8, 10 e 12 anos saltaram para balsa e foram resgatados do mar por traineira e desta por 'héli' da Força Aérea.

12 de outubro de 2025 às 01:30
Momento em que a Força Aérea resgata a família acolhida no barco de pesca Foto: Força Aérea Portuguesa
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Um casal luso-francês, com as três filhas de 8, 10 e 12 anos, fazia uma viagem de sonho no veleiro Ti'fare, de 11 metros e bandeira francesa, quando ao final da tarde de sexta-feira a embarcação foi atacada por orcas, que causaram um rombo no casco - que levou ao afundamento do veleiro. O ataque ocorreu mais longe da costa do que o que tem sido costume nos mais recentes casos de interações com orcas - foi a 45 milhas náuticas, cerca de 90 km, ao largo de Peniche - e a família só teve tempo de lançar um pedido de socorro via rádio e colocar a balsa salva-vidas na água. Foi daí que, já com o seu veleiro no fundo do mar, a família foi resgatada pelo barco de pesca Silmar, de Peniche, que foi enviado pela Marinha para o local. Foi ainda mobilizada a fragata D. Francisco de Almeida, que estava em missão de busca e salvamento, e uma lancha salva-vidas de Peniche. Foi um helicóptero EH-101 da Força Aérea que acabou por recolher casal e três filhas da traineira, já ao final da noite, transportando-os para a base do Montijo, onde os náufragos foram assistidos pelo INEM e levados para observação no Hospital do Barreiro. Não sofreram ferimentos.

A viagem familiar começara no dia 29 de setembro em Lorient, França. O Ti'fare parou dois dias na Corunha e um no Porto, de onde saiu às 09h04 de quinta-feira. A família - apenas a mulher tem nacionalidade portuguesa - encontrava-se este sábado a ser apoiada pelo consulado de França.

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61 interações com orcas este ano

Este ano, e até este sábado, já foram emitidos em Portugal 61 avisos aos navegantes por interações com orcas, mais do que os 45 de todo o ano passado, adiantou ao CM fonte oficial da Autoridade Marítima. São dispersos por toda a costa continental. As orcas andam à caça do atum, mas surgem cada vez mais em meses onde não eram esperadas. Visam os lemes de veleiros e a razão dos ataques poderá prender-se com curiosidade, mas não há explicação oficial para o comportamente cada vez mais frequente e repetitivo. É aconselhado imobilizar o veleiro e deixar o leme solto, ou engrenar a ré sem mudanças bruscas de direção.. A orca-ibérica atinge os 6,5 m.

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