Cirurgia inédita a feto sem órgãos
SNS gasta um milhão de euros por ano no envio de grávidas a Londres
Os médicos da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, efetuaram na quarta-feira a primeira cirurgia com energia laser a um feto que nasceu sem órgãos e que estava a colocar em risco a vida do outro feto gémeo. A unidade recebe por ano quatro a cinco casos semelhantes, que são tratados em Londres, Inglaterra. A nível nacional, há uma média de oito casos anuais.
Álvaro Cohen, que liderou uma equipa de três especialistas em diagnóstico pré-natal, afirmou ao CM que esta cirurgia inédita durou 20 minutos. "A grávida, de 25 semanas, e o feto estão bem, foram para casa após a intervenção", afirmou o médico.
A cirurgia foi realizada no Hospital da Força Aérea, porque o Centro Hospitalar de Lisboa Central, onde a MAC está inserida, não tem o fibrolaser necessário para aquela cirurgia.
"Através da barriga da grávida laquearam-se os vasos sanguíneos do feto saudável, que estavam a bombear sangue para aquela massa, que foi crescendo, e com isso corria o risco de entrar em insuficiência cardíaca e morrer", explicou Álvaro Cohen, acrescentando que uma cesariana implicava riscos.
A "amálgama de tecidos", que não é um feto, será reabsorvido. Pode não desaparecer por completo mas não põe em risco o feto nem a grávida. O Serviço Nacional de Saúde gasta por ano um milhão de euros no envio das grávidas e médicos a Londres para realizar este tipo de cirurgia.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt