Cuidados de saúde para crianças ameaçados no Algarve na passagem de ano, alerta sindicato

O serviço de urgências pediátricas do Hospital de Faro estará fortemente condicionado, ameaçando "os cuidados de saúde para as crianças" em toda a região do Algarve, alerta o Sindicato dos Médicos da Zona Sul. Serviço será assegurado por um pediatra e três outros médicos.

A urgência externa do Hospital de Faro, que recebe as situações urgentes de toda a região, será garantida por apenas um pediatra e três médicos, entre os quais um interno de 2.º ano e dois de outras especialidades. A urgência interna também sofrerá constrangimentos sem nenhum pediatra escalado. Na neonatologia, estarão duas médicas pediatras.

Como a urgência de Portimão estará encerrada, o serviço do Hospital de Faro terá de assegurar toda a região.

"Este quadro é claramente insuficiente para uma região com mais de 460 mil habitantes e que é um destino para milhares de pessoas durante a passagem de ano, não garantindo os mínimos previstos por lei", afirma o sindicato, recordando que a lei prevê a presença de pelo menos dois pediatras. Já o regulamento da Ordem dos Médicos para equipas de urgência "prevê um pediatra para a unidade de observação e mais um médico por cada 20 doentes atendidos em 12 horas", algo que também não está assegurado.

O sindicato acusa a administração da ULS Algarve de dar uma resposta tardia ao apenas preencher as escalas de urgência para quarta-feira, esta terça-feira, e "de forma manifestamente insuficiente".

"O Ministério da Saúde tem de abandonar a sua postura intransigente e mostrar abertura negocial para melhorar as condições de trabalho dos médicos e garantir o pleno funcionamento do SNS", disse o sindicato, realçando a "degradação dos cuidados de saúde pediátricos no País".