Diretor diz que PSP não foi chamada a pronunciar-se sobre suplemento à PJ
Governo aprovou suplemento de missão à Polícia Judiciária no valor de 996 euros.
O diretor-nacional da PSP, superintendente-chefe José Barros Correia, escreveu esta segunda-feira ao efetivo que dirige a dizer que tanto ele, como a direção-nacional desta força de segurança, nunca foram chamados a pronunciarem-se sobre a atribuição de um suplemento de missão à Polícia Judiciária (PJ).
Na missiva, a que o CM teve acesso, José Barros Correia refere-se à "polémica", que o nosso jornal esta segunda-feira noticia em manchete. O responsável considera que a PSP "garante a segurança de pessoas e bens 365 dias por ano, 24 horas por dia". "As esquadras da PSP estão abertas em permanência ao serviço dos cidadãos e comunidades,…por isso tenho a convicção de que a PSP tem sido fundamental para que Portugal se consolide como um dos países mais seguros e pacíficos do mundo".
O diretor da PSP continua, referindo que "os polícias da PSP atuam em cenários e circunstâncias de elevado risco, demonstrando grande espírito de sacrifício". "É uma profissão que implica formação profissional e treinos permanentes, em áreas tão diversas como os direitos humanos, sistemas de informação e comunicações, entre outras", escreveu.
Por isso, esclarece Barros Correia, "como Diretor-Nacional da PSP senti que era meu dever alertar a tutela para a necessidade de revisão das tabelas salariais dos polícias da PSP, seja através do aumento dos índices remuneratórios, seja do aumento do suplemento das forças e serviços de segurança, bem como continuar o esforço de melhoria das instalações, dos equipamentos e viaturas policiais"
Recorde-se que, tal como o CM noticia esta segunda-feira, agentes da PSP, militares da GNR e guardas prisionais ficaram revoltados com a recente aprovação pelo Governo de um suplemento de missão à Polícia Judiciária no valor de 996 euros. Só este valor é superior aos ordenados-base de polícias e militares da GNR em início de carreira, e pode tornar a remuneração líquida mensal destes operacionais quatro vezes inferior à dos colegas da Polícia Judiciária.
Assim, além de uma petição lançada no final da semana passada a exigir equiparação de ordenados e suplementos entre polícias, e que contava ontem com mais de 13 mil subscritores, o CM sabe que está a ser preparada para amanhã uma reunião entre sindicatos da PSP e associações da GNR, em Lisboa, onde serão discutidas eventuais formas conjuntas de luta.
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