Governo analisa atuação da direção-geral em caso de professora brasileira impedida de dar aulas
Docente confirmou que já foi informada da decisão, bem como da possibilidade de entrar no concurso externo extraordinário, cujo prazo de candidatura termina esta sexta-feira.
O Ministério da Educação vai analisar a atuação da Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE) no caso de uma professora brasileira impedida de lecionar em Portugal, apesar de ter habilitação profissional.
O caso de Alana Costa foi noticiado na quinta-feira pelo DN Brasil, que revelou que a professora, formada no Brasil, foi despedida em 2023 e impedida de lecionar em Portugal por não lhe ser reconhecida habilitação profissional.
Em causa estava a falta de um documento que, segundo a DGAE, teria de ser emitido pelo Ministério da Educação do Brasil, apesar de o governo brasileiro conferir às instituições federais de ensino superior autonomia para emitir esse diploma.
Recusado o documento emitido pela Universidade de Brasília (UnB), onde se formou, Alana Costa recorreu à Embaixada do Brasil em Portugal, opção que também não foi aceite pela DGAE que, mesmo após decisão do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, continuava a não reconhecer a habilitação profissional.
Questionado sobre o caso, o Ministério da Educação esclareceu que "tomado conhecimento da situação, a DGAE foi, de imediato, questionada sobre os procedimentos".
"Consequentemente, a DGAE deu, finalmente, cumprimento à sentença proferida pelo Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa e concluiu pelo deferimento do reconhecimento da habilitação profissional da docente", refere a tutela na resposta à Lusa.
O ministério acrescenta ainda que foi solicitada uma análise aos procedimentos seguidos pela direção-geral, na sequência da qual "serão retiradas as devidas consequências".
Em declarações à Lusa, Alana Costa confirmou que já foi informada da decisão, bem como da possibilidade de concorrer ao concurso externo extraordinário, cujo prazo de candidatura termina hoje às 23:59.
"Estou neste momento em frente ao computador a fazer a candidatura, com os documentos que tenho, e vamos ver no que vai dar", disse a professora.
Satisfeita com o desfecho, Alana Costa lamentou, no entanto, os prejuízos que sofreu no último ano.
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