Governo Regional diz que intenção da Ryanair abandonar região contraria declarações do CEO
Responsável pela promoção turística dos Açores, já considerou o anúncio da saída da Ryanair da região como uma "forma de pressão negocial", alertando que o processo não está "completamente fechado".
A Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores manifestou esta quinta-feira "surpresa" perante o comunicado da Ryanair sobre o encerramento da operação na região, que considera "extemporâneo" e que contraria declarações do seu CEO.
Segundo uma nota de imprensa daquela Secretaria Regional, "de acordo com a informação disponível à data, a Visit Azores está ativamente empenhada e a manter contactos diretos e regulares com a Ryanair, pelo que o comunicado emitido esta quinta-feira é entendido como extemporâneo".
A Ryanair pretende encerrar todos os voos para os Açores a partir de março de 2026, alegando as elevadas taxas aeroportuárias e "a inação do Governo", anunciou esta quinta-feira a companhia aérea de baixo custo.
A Secretaria Regional adianta que o comunicado "contraria, inclusivamente, notícias e declarações recentes do CEO da companhia em que afirmava a vontade de investir nos Açores e reativar a base operacional em Ponta Delgada".
Em setembro, o presidente executivo da Ryanair, Michael O'leary, anunciou, em Lisboa, quatro novas rotas em Portugal para o inverno (que têm como origem Porto, Faro e Funchal) e, de acordo com algumas notícias, a companhia - que tem quatro bases nos aeroportos portugueses (Porto, Lisboa, Faro e Madeira) -, já tinha pedido a reabertura da base em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.
A operadora tinha já ameaçado anteriormente abandonar as rotas dos Açores, que ligam Lisboa e Porto às ilhas de São Miguel e Terceira, e em 2023 reduziu o número de voos nestes percursos.
A Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas "mantém-se expectante relativamente ao trabalho que está a ser desenvolvido pela Visit Azores, reconhecendo que decorre um complexo processo de interação, que envolve várias entidades".
Segundo o Governo dos Açores, "há, hoje, como já aconteceu em situações passadas, questões alegadamente relacionadas com taxas aeroportuárias e ETS alheias à região".
O presidente da Visit Azores, responsável pela promoção turística dos Açores, já considerou esta quinta-feira o anúncio da saída da Ryanair da região como uma "forma de pressão negocial", alertando que o processo não está "completamente fechado".
Com "este tipo de comunicado da Ryanair, nós, infelizmente, já estamos habituados. É a forma como fazem a sua pressão negocial dentro das conversações que vão fazendo nas regiões onde atuam", afirmou Luís Capdeville Botelho à agência Lusa.
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