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Associação do Alojamento Local dos Açores "muito preocupada" com saída da Ryanair

Companhia anunciou que vai encerrar todos os voos para os Açores a partir de março de 2026, alegando as elevadas taxas aeroportuárias e "a inação do Governo".

20 de novembro de 2025 às 14:21

O presidente da Associação do Alojamento Local dos Açores (ALA) manifestou esta quinta-feira "muita preocupação" com o anúncio da saída da Ryanair da região e espera que "a notícia seja uma tentativa de pressão junto do Governo".

"Vemos este anúncio com muita preocupação. E esperamos que esta notícia seja uma tentativa de pressão junto do Governo e não uma ação clara que faça, e que terá com certeza, impacto muito grave na economia dos Açores", afirmou João Pinheiro à agência Lusa.

A Ryanair anunciou esta quinta-feira que vai encerrar todos os voos para os Açores a partir de março de 2026, alegando as elevadas taxas aeroportuárias e "a inação do Governo".

"Vivemos muito dos nossos hóspedes que fazem as reservas diretas (...) e a Ryanair é um parceiro ativo do Alojamento Local dos Açores", vincou João Pinheiro. Para demonstrar a importância daquele setor, o presidente da ALA assinalou que "só o Alojamento Local já contribui com mais de 7% para o PIB regional".

"A grande maioria dos nossos hóspedes vêm desta companhia [Ryanair]. E isso pode ser um retrocesso para a evolução que estamos a sentir no turismo e na própria economia dos Açores, que só por si já é frágil", alertou à Lusa o responsável.

A Ryanair anunciou esta quinta-feira "que irá cancelar todos os voos de/para os Açores a partir de 29 de março de 2026, devido às elevadas taxas aeroportuárias (definidas pelo monopólio aeroportuário francês ANA) e à inação do Governo português, que aumentou as taxas de navegação aérea em +120% após a covid e introduziu uma taxa de viagem de dois euros, numa altura em que outros Estados da União Europeia (UE) estão a abolir taxas de viagem para garantir o crescimento de capacidade, que é escasso".

A ANA - Aeroportos de Portugal, empresa que gere as infraestruturas aeroportuárias em Portugal, é detida pelo grupo francês Vinci. A companhia argumenta que "infelizmente, o monopólio da ANA não tem qualquer plano para aumentar a conectividade de baixo custo com os Açores", acrescentando que a ANA "não enfrenta concorrência em Portugal -- o que lhe permitiu obter lucros monopolistas, aumentando as taxas aeroportuárias portuguesas sem qualquer penalização -- numa altura em que aeroportos concorrentes noutros países da UE estão a reduzir taxas para estimular o crescimento". A Ryanair defende que o Governo "deve intervir e garantir" que os aeroportos nacionais -- "uma parte crítica da infraestrutura nacional, especialmente numa região insular como os Açores -- sirvam para beneficiar o povo português e não um monopólio aeroportuário francês". 

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