Idosos desvalorizam perda de audição

Dificuldade em captar sons agudos é o primeiro sintoma.

12 de setembro de 2015 às 09:17
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Já fez algum rastreio à perda de capacidade auditiva?

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O termo médico pode causar alguma estranheza, mas a presbiacusia, "tal como o cabelo branco, é inevitável". A perda de capacidade auditiva assume apenas uma das muitas faces do envelhecimento e que, tal como os sinais do avançar da idade, tem o seu tempo e velocidade na vida de cada um. No entanto, não é habitual antes dos 55 anos e pode ser um peso difícil de carregar. Muitos idosos desvalorizam os primeiros sinais deste problema, criando resistência à procura de ajuda.

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"A pessoa que ouve mal tem maior tendência a isolar-se, a ser mais desconfiada e tem maior dificuldade em interagir. É uma pessoa que precisa de ajuda", alerta José Esteves Marcos, médico otorrinolaringologista, explicando que por vezes "o próprio doente não aceita o problema, apesar de reconhecer que já ouve mal". A tendência é de desvalorização da perda de capacidade auditiva.

O primeiro sintoma passa pela "perda de audição para frequências altas, como é o caso do som de campainhas, apitos e mesmo algumas vozes femininas mais agudas", explica ao CM o especialista, que aponta a família como sendo a origem do primeiro sinal de alerta. "Apercebem-se de que o doente coloca a televisão mais alta do que o normal ou, por exemplo, que manifesta dificuldade na compreensão durante algumas conversas", descreve José Esteves Marcos.

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A presbiacusia tem "um diagnóstico de grande simplicidade através de um exame de rotina", o audiograma, e uma solução capaz de "garantir o aumento da qualidade de vida dos doentes", avança o especialista. Os aparelhos auditivos estão cada vez mais simples, mas a sua adoção deve ser precoce.

Idade determina janela de adaptação

O aparelho auditivo pode apresentar resultados muito positivos no combate às dificuldades criadas pela perda auditiva nos idosos, mas o avançar da idade acaba por se tornar num entrave à habituação do doente ao dispositivo.

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"A perda de plasticidade cerebral faz parte do envelhecimento. Torna-se mais difícil a adaptação a coisas novas", alerta José Esteves Marcos.

"Acima dos 80 anos é muito difícil a habituação a um aparelho auditivo. Existe uma janela de adaptação e a prótese deve ser adotada o mais precocemente possível", sublinha o especialista.

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