Amnistia solta aluno que tentou ataque à Faculdade de Ciências

João Carreira foi abrangido pelo regime de perdão de penas.

19 de setembro de 2023 às 13:46
Estudante detido por planear atentado na faculdade de Ciências poderá ser internado em instituição para inimputáveis
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João Carreira, o jovem acusado de planear um ataque à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em fevereiro do ano passado, foi absolvido do crime de terrorismo, mas foi condenado a 2 anos e 9 meses de prisão por detenção de arma proibida. Mas poderá sair em breve em liberdade.

João beneficiou da nova lei da amnistia, a propósito da vinda do Papa Francisco a Portugal pela Jornada, tendo sido aplicado um perdão de um ano. Pode assim sair da cadeia - está no hospital prisional de Caxias - no dia 19 de novembro, ou mais cedo em liberdade condicional.

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A decisão será do Tribunal de Execução de Penas de Lisboa.

O perdão ao jovem, de 20 anos, surgiu após um requerimento ao processo por parte do seu advogado, Jorge Pracana. A detenção de arma proibida não está na lista dos crimes pelos quais os jovens - tinham de ter até 30 anos na altura dos factos - não têm direito a perdão.

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O mesmo não acontece, por exemplo, com o crime de terrorismo. Condenado em dezembro do ano passado, o Ministério Público ainda recorreu da absolvição de João, na parte do terrorismo, mas a Relação manteve a primeira decisão.

O estudante de Ciências da Universidade de Lisboa foi travado na altura pela PJ depois de um alerta do FBI. Inspirado em banda desenhada e nos massacres em escolas, nos EUA, João preparava se para esfaquear os colegas num anfiteatro, atirar artefactos incendiários e suicidar-se.

ARMAS COMPRADAS NA INTERNET

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João comprou armas através do OLX: uma besta e uma faca militar. E adquiriu uma arma numa loja de caça. Também pretendia usar o martelo no ataque. Adquiriu ainda botijas de gás e líquido inflamável para isqueiros.

REINTEGRAÇÃO

Em tribunal, confessou que talvez não tivesse tido coragem para o ataque. O tribunal decidiu pela pena efetiva, considerando que o jovem não estava “pronto para se reintegrar na sociedade”, nem a sociedade para o reintegrar.

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