Juízes descontentes com carreiras ameaçam com greve inédita
"Se tivermos de tomar uma medida dessa natureza nunca mais de vão esquecer de nós", assegura presidente do sindicato.
Acinco dias da votação na generalidade da proposta de lei de revisão do Estatuto dos Magistrados Judiciais na Assembleia da República, Manuel Soares, presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, ameaça com uma paralisação inédita e garante não recuar caso a greve venha de facto a ser convocada. Descontentes com a progressão na carreira, os juízes reclamam no essencial aumentos salariais.
"Se tivermos de tomar uma medida dessa natureza nunca mais de vão esquecer de nós. Não queremos fazer aquilo que já foi feito antes. Se tivermos de chegar ao extremo de fazer uma paralisação pela quarta vez na nossa história faremos de uma forma diferente do que foi feito até agora", assegurou Manuel Soares, durante a inauguração das obras de remodelação da Casa do Juiz, em Coimbra. O magistrado recusa revelar pormenores sobre essa eventual greve, garantindo apenas que "se alguma vez esta direção convocar uma paralisação não irá recuar".
Avisa mesmo que de nada adiantará tentarem demovê-los nessa altura: "Não vamos fazer aquilo que aconteceu em setembro do ano passado, quando o PS disse aos juízes para pararem porque quando o projeto chegasse ao Parlamento iriam discutir tudo. Mas depois quando fomos bater à porta do PS para cobrar o compromisso que tinham connosco disseram-nos que, afinal, não havia nada para discutir". Desta vez, Manuel Soares diz que "não haverá acordo" enquanto não discutirem o problema das carreiras.
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