Mário Soares dedica poema à mulher

Na missa que antecedeu o funeral de Maria Barroso, o antigo presidente da República, Mário Soares, dedicou um poema à mulher. A leitura na igreja do Campo Grande, em Lisboa, foi realizada pelo filho João Soares. Mário Soares escreveu a 22 de fevereiro de 1962, quando estava preso no Aljube, em Lisboa, as seguintes frases de amor: "Sei que me ouves agora uma vez mais, apesar da distância e do silêncio, o amor opera esse milagre".

Na celebração presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, estiveram presentes as mais altas figuras do Estado: O Presidente da República, Cavaco Silva; e a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves.

D. Manuel Clemente classificou Maria Barroso como "a advogada dos pobres". "Lutou constantemente pela dignidade em relação aos mais esquecidos e injustiçados", referiu.

Isabel Soares, filha da ‘eterna’ primeira-dama referiu, por sua vez, que enquanto a mãe permaneceu no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, nunca a sua mão ficou sozinha" ao que acrescentou: "partiu com a sua mão na minha".

Palavras sentidas que comoveram todos aqueles que participaram "na eucaristia que se traduz numa ação de graças", como referiu D. Manuel Clemente.

"Parabéns doutora Maria Barroso, muito obrigado pela sua vida", sublinhou o Cardeal-Patriarca.

João Soares terminou a sua intervenção recordando que a mãe foi a única mulher fundadora do Partido Socialista. Afirmação que colheu um forte aplauso.