Últimos dias de greve dos médicos com adesão de 90%. Ministro da Saúde envia proposta e marca reunião para amanhã

Protesto continua com as greves dos médicos de família às horas extraordinárias até 22 de agosto e à produção adicional dos hospitais do SNS.

27 de julho de 2023 às 07:34
Imagem Jorge Roque da Cunha 17067404.jpg (18604662) (Milenium) Foto: Duarte Roriz
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Os médicos terminam esta quinta-feira a greve nacional de três dias para exigir ao Governo propostas concretas sobre a valorização da carreira e das grelhas salariais nas negociações que decorrem desde 2022 e que devem prosseguir na sexta-feira. 

Apesar desta paralisação nacional terminar esta quinta-feira, o protesto dos médicos continua com as greves dos médicos de família às horas extraordinárias até 22 de agosto e à produção adicional dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

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Segundo o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que garante que a adesão nos primeiros dois dias rondou os 90% a nível global, a greve pretendeu forçar o Governo a apresentar propostas concretas nas negociações que decorrem há mais de um ano sobre a revisão das tabelas salariais.

Para sexta-feira está marcada mais uma ronda negocial, mas o SIM e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) garantiram, na última semana, que só estariam disponíveis para comparecer à reunião se recebessem antecipadamente as propostas, o que o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, garantiu que iria acontecer. 

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Manuel Pizarro enviou uma proposta escrita, "algo que já deveria ter feito há 14 meses", disse Jorge Roque da Cunha. O SIM recebeu uma proposta que propõe um aumento de 1,6% em relação à grelha salarial.

Na quarta-feira, o SIM entregou no Palácio de São Bento uma carta dirigida ao primeiro-ministro com um "fortíssimo apelo" para que o Governo concretize as suas propostas para o novo regime de dedicação plena, os serviços de urgência, a organização e disciplina do trabalho médico e a revisão da grelha salarial, as matérias que estão em cima da mesa negocial entre as partes.

"Depois de ultrapassar o prazo negocial formalmente estabelecido, o Governo, de forma irresponsável, declinou a apresentação de propostas negociais concretas", refere ainda a carta, ao alertar que em Portugal verificou-se uma "erosão de mais de 22% dos salários médicos nos últimos 10 anos".

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O protesto dos médicos prossegue em 1 e 2 de agosto, com uma nova greve nacional convocada FNAM, a segunda marcada pela estrutura sindical em cerca de um mês, depois da paralisação que decorreu em 5 e 6 de julho.

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