Miguel Maya diz que Portugal tem "todas as condições" para emergir na nova ordem mundial

Presidente da Comissão Executiva do Millennium BCP defendeu um reforço do tecido empresarial e da economia para gerar mais valor.

08 de outubro de 2025 às 14:17
Miguel Maya Foto: Direitos Reservados
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O presidente da Comissão Executiva do Millennium BCP, Miguel Maya, considerou esta quarta-feira que Portugal tem "todas as condições" para "emergir como um dos vencedores" na nova ordem mundial que se está desenhar.

"Portugal tem todas as condições neste novo enquadramento, nesta nova Ordem mundial que se está a desenhar para emergir como um dos vencedores. Temos talento humano, novas gerações francamente bem preparadas, uma localização que é atrativa para quadros de topo, uma dimensão que não confere receios às grandes potências mas que nos permite acesso a mais mercados", disse Miguel Maya na abertura da Millennium Talks COTEC Innovation Summit.

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Na sua intervenção no evento que decorreu esta terça-feira na Feira Internacional de Lisboa (FIL), o banqueiro apontou que o mundo está a viver um momento de transição para uma nova ordem que vai exigir ajustamentos no tecido empresarial e da vida social.

Entre as mudanças, estão as alterações climáticas e a transição energética -- cujas metas considerou dificilmente serem atingidas devido à fragmentação mundial -- ou guerras e convulsões, "como a invasão da Ucrânia ou o horror" que se vive na Palestina, entre outros conflitos menos mediáticos.

Além disso, referiu que também que no fenómeno das migrações o discurso não pode ser simplista ao ponto de um "sim ou não", e que integração das migrações deve ser feita de forma profunda e que o crescimento da economia e da população tem de passar por uma diversidade planeada e não descontrolada.

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"O tema é como integrar, como assegurar que temos uma cultura sólida, coesa e que temos um país que consegue prosperar e que tem capacidade de atrair e reter talentos, independentemente da nacionalidade", disse.

Miguel Maya defendeu ainda um reforço do tecido empresarial e da economia gerar mais valor.

Dentro da economia, recordou a recuperação que a banca portuguesa fez nos últimos dez anos, evocando uma análise da Moody's que colocou a banca portuguesa como a segunda mais robusta na Europa, apenas atrás da Noruega.

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"Quem poderia dizer isto há dez anos? Não é só o BCP. E isto num contexto que era altamente desfavorável à banca", incluindo com taxas de juro negativas.

Segundo o banqueiro, o setor teve de tomar decisões "muito difíceis e muito criticadas em alguns momentos", mas que tinham um propósito claro: "os interesses da banca tinham de estar absolutamente alinhados com aquilo que eram os interesses da economia real".

Nesse sentido, e sublinhando a recuperação da valorização bolsista -- "manifestamente acima do índice europeu" -- Miguel Maya saudou a notação A recebida pelo banco ao fim de 16 anos.

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No início do mês, a agência de notação financeira Morningstar DBRS subiu a avaliação do BCP, incluindo a de longo prazo, de "BBB" ('high') para "A" ('low').

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