Marta Temido apresenta demissão
Primeiro-ministro, António Costa, aceitou a demissão.
A ministra da Saúde, Marta Temido, apresentou a demissão do cargo.
"A ministra da Saúde, Marta Temido, apresentou hoje a sua demissão ao primeiro-ministro por entender que deixou de ter condições para se manter no cargo", dá conta uma nota enviada às redações na madrugada desta terça-feira.
Poucos minutos depois, um comunicado do gabinete do primeiro-ministro informou que António Costa "recebeu o pedido de demissão da ministra da Saúde".
O primeiro-ministro, António Costa, revelou que recebeu e aceitou a decisão, tendo sido a mesma já comunicada ao Presidente da República.
"O Primeiro-Ministro agradece todo o trabalho desenvolvido pela Dra. Marta Temido, muito em especial no período excecional do combate à pandemia da COVID19", pode ler-se no comunicado enviado esta terça-feira.
O Governo refere ainda que "prosseguirá as reformas em curso tendo em vista fortalecer o SNS e a melhoria dos cuidados de saúde prestados aos portugueses."
Recorde-se que Marta Temido foi um dos rostos da luta contra a pandemia da Covid-19, a par daDiretora-Geral da Saúde, Graça Freitas.
Marta Temido iniciou funções como ministra da Saúde em outubro de 2018, sucedendo a Adalberto Campos Fernandes.
A ministra demissionária é doutorada em Saúde Internacional pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, mestre em Gestão e Economia da Saúde, pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, e é licenciada em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
Foi ministra durante os três últimos três executivos, liderados pelo socialista António Costa.
Marta Temido também foi subdiretora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa e presidente do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde, assim como membro do conselho de administração de vários hospitais do Serviço Nacional de Saúde.
Durante os seus mandatos, Marta Temido esteve no centro da gestão da pandemia, que começou em 2020, mas também atravessou várias polémicas. Recentemente, o encerramento dos serviços de urgência de obstetrícia em vários hospitais por falta de médicos para preencher as escalas pressionou a tutela.
Há quatro dias a agora ex ministra considerava que os problemas que têm afetado recentemente o Serviço Nacional de Saúde (SNS) eram consequência de decisões tomadas "há várias décadas", apontando aos anos 80 do século passado.
"O facto de termos um número de médicos em determinadas especialidades que é insuficiente para a rede de prestação de cuidados de saúde que hoje temos - insuficiente e, em termos etários, desadequado daquilo que precisamos de garantir - não é o resultado de uma escolha de hoje, ontem ou do ano passado. É o resultado de uma escolha que foi feita há várias décadas, nos anos 80, quando o acesso aos cursos de medicina estava altamente limitado, o que levou a que tivéssemos agora o reflexo dessa escolha", justificou Marta Temido.
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