Miguel Guimarães reagiu esta terça-feira à demissão de Marta Temido.
O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) disse esta terça-feira que só o primeiro-ministro, António Costa, e a ministra da Saúde, Marta Temido, podem explicar o porquê da demissão da titular da pasta da Saúde e que para o cargo se pretende alguém que "faça acontecer".
Em declarações à agência Lusa, Miguel Guimarães referiu que para o Ministério da Saúde se pretende "um ministro que faça acontecer e que resolva os problemas que afetam a saúde em Portugal e que de uma forma transversal afetam todos os portugueses". No entanto, à CNN destacou que não crê "que seja a mudança de ministros que mude a política".
"A saída da senhora ministra do Governo é uma decisão dela e que só ela pode explicar aos portugueses. E só o senhor primeiro-ministro pode explicar porque aceitou de imediato esta demissão", referiu, a propósito do pedido de saída do Governo de marta Temido, conhecido hoje de madrugada.
Para Miguel Guimarães falta saber se a saída de Temido se deve "ao facto de já não ter alternativas para resolver os graves problemas da saúde em Portugal".
Questionado ainda pela CNN sobre a possível relação da demissão com o episódio de uma mulher, de 34 anos, que estava grávida de 30 semanas ter morrido no passado sábado depois de ter sofrido uma paragem cardiorrespiratória quando foi transferida do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, por falta de vaga no Serviço de Neonatologia, o Bastonário considera não ter "exatamente a ver". "Ou foi porque o Governo não lhe deu condições para executar as medidas estruturais que eventualmente poderia querer fazer no Serviço Nacional de Saúde", questionou, em declarações à Lusa.
"O PS tem uma politica de saúde pré-definida e que está a conduzir aos resultado que temos atualmente", referiu Miguel Guimarães à CNN, acrescentando que "quando as pessoas se demitem é porque acham que não podem ir mais longe".
Sem falar em especifico sobre a pasta da Saúde, Miguel Guimarães disse que as demissões de ministros nunca o surpreendem porque "ser ministro não é fácil", exige "solidariedade interministerial" e envolve "relações próprias com o primeiro-ministro".
Quanto ao futuro, o bastonário apontou que "eventualmente" alguém que "venha de fora" possa mostrar "mais capacidade".
"Não me surpreende que em qualquer altura um ministro qualquer peça a demissão, peça para sair ou seja substituído. Nessa perspetiva não me causa qualquer estranheza. Quando não temos alternativas para resolver os problemas que existem, normalmente alguém de fora pode ter, eventualmente, mais capacidade para estabelecer as pontes necessárias para que esses problemas sejam resolvidos", referiu.
Miguel Guimarães lembrou que o Governo tem um programa para a saúde, "um programa com coisas com as quais a Ordem concorda e outras com as quais não concorda porque não resolvem nada" e que resta saber se esse programa será cumprido.
"Existe um programa e um orçamento e não sei se alguém de novo, mantendo o que o Governo já definiu, vai conseguir fazer alguma coisa relativamente aos problemas que o SNS atravessa", concluiu.
"A ministra da Saúde, Marta Temido, apresentou hoje a sua demissão ao primeiro-ministro por entender que deixou de ter condições para se manter no cargo", dá conta uma nota enviada pelo ministério às redações na madrugada de hoje.
Poucos minutos depois, um comunicado do gabinete do primeiro-ministro informou que António Costa "recebeu o pedido de demissão da ministra da Saúde" e que o aceita.
António Costa agradeceu "todo o trabalho desenvolvido" por Marta Temido, "muito em especial no período excecional do combate à pandemia da covid-19".
Na nota divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro acrescenta-se que o executivo "prosseguirá as reformas em curso tendo em vista fortalecer o SNS e a melhoria dos cuidados de saúde prestados aos portugueses".
Marta Temido iniciou funções como ministra da Saúde em outubro de 2018, sucedendo a Adalberto Campos Fernandes.
Durante os seus mandatos, Marta Temido esteve no centro da gestão da pandemia, que começou em 2020, mas também atravessou várias polémicas. Recentemente, o encerramento dos serviços de urgência de obstetrícia em vários hospitais por falta de médicos para preencher as escalas pressionou a tutela.
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