Marta Temido admite problemas estruturais no SNS
Por falta de médicos, as Urgências de Ginecologia-Obstetrícia de vários hospitais do País estiveram encerradas.
A ministra da Saúde, Marta Temido, é ouvida, esta sexta-feira, no Parlamento, devido ao encerramento de urgências de Obstetrícia e Ginecologia em vários hospitais do País.
Por falta de médicos, as Urgências de Ginecologia-Obstetrícia dos hospitais de Braga, Santarém e de Loures estiveram encerradas até às 8h00 de segunda-feira. Também o hospital São Francisco Xavier (Lisboa), do Centro Hospitalar Barreiro-Montijo e do Garcia de Orta (Almada), estiveram com problemas nas urgências obrigando as grávidas a recorrer aos hospitais de Santa Maria, Maternidade Alfredo da Costa e Amadora-Sintra. No caso do Hospital de Braga, que também esteve fechado, a Administração informou que o Serviço de Urgência de Obstetrícia vai voltar a encerrar no dia 18, sábado.
Esta quinta-feira, os sindicatos dos médicos consideraram "inaceitável" a proposta apresentada pelo Ministério da Saúde sobre a atualização salarial dos clínicos em Serviço de Urgência. Na proposta, os médicos só receberiam mais por cada hora extra para lá do limite anual de 150 a que estão obrigados por lei. E a medida seria excecional, só para três meses.
André Ventura abriu o debate e desafiou a ministra da Saúde a demitir-se se não conseguir resolver o "caos" nas urgências
O líder do Chega defendeu que o país precisa "de ação" para resolver "o caos" instalado nas urgências de ginecologia e obstetrícia dos hospitais, e desafiou a ministra a demitir-se caso não "seja capaz" de resolver o problema.
"Neste momento não precisamos de estudos nem de pareceres, precisamos de ação", defendeu o presidente do Chega.
Deputada do PAN, Inês Sousa, falou apenas durante um minuto
Iniciativa Liberal culpa António Costa pelo colapso nas urgências hospitalares
João Cotrim Figueiredo, deputado da Iniciativa Liberal, diz que primeiro-ministro é responsável pelos caos no SNS em Portugal, por ter deixado que a "sovietização fizesse parte das condições da geringonça".
PS referiu que o SNS é "fundamental" para a democracia
O Partido Socialista, que foi representado por Jorge Botelho, frisou que o Sistema Nacional de Saúde é "fundamental" para a democracia. "Sabemos que é possível fazer mais e melhor", acrescentou.
João Dias do PCP mencionou o grande problema das urgências
O "grande problema é desvalorizar os profissionais de saúde", disse João Dias, acusando o Governo de entregar aos privados os cuidados de saúde em Portugal. "É um caminho muito perigoso com o qual o PCP não pode estar de acordo", finalizou.
Bloco de Esquerda diz que os problemas das urgências já não são novidade para o Governo
Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, salientou que o caos nas urgências são um "problemas estrutural" já conhecido pelo Governo.
A Ministra da Saúde em resposta a alguns dos partidos diz que não vai "explorar os óbitos, o sofrimento de bebés, de mães e famílias". Com firmeza e seriedade, Marta Temido disse ainda: "quem nos deixou sozinhos neste caminho fez as suas escolhas. Nós continuamos a lutar pelo SNS".
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