Movimento Porta a Porta marca concentrações à porta do IHRU em Lisboa e Porto
Porta a Porta exige "um IHRU ao serviço de verdadeiras políticas públicas de habitação".
O movimento Porta a Porta vai concentrar-se à porta do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) em Lisboa e Porto, na próxima segunda-feira, para exigir um serviço que dê resposta aos pedidos de apoio à renda.
"Vamos para a porta do IHRU!", lê-se na imagem digital que está a ser partilhada com a data das concentrações, em Lisboa e no Porto: dia 27, entre as 07h30 e as 09h30.
O Porta a Porta exige "um IHRU ao serviço de verdadeiras políticas públicas de habitação", denunciando que o atual deixa "inquilinos sem resposta, apoios a rendas por pagar, jovens à espera do Porta 65".
O movimento em defesa do direito à habitação tem criticado a falta de resposta do IHRU, falando em atrasos de "mais do que um ano", que levam "várias famílias ao desespero por todo o país".
Em declarações recentes à Lusa, André Escoval, porta-voz do Porta a Porta, qualificou a situação como "muito grave", notando que o IHRU "tem tido uma incapacidade brutal em dar resposta aos vários programas".
O movimento denuncia que os canais de comunicação com o IHRU (telefone e internet) "estão inacessíveis" -- o que a Lusa pôde confirmar hoje, em conversa com pessoas que aguardavam ser atendidas em Lisboa.
Para resolver "um problema que é nacional", as pessoas estão a ter de se deslocar diretamente aos centros de atendimento do IHRU que apenas existem em Lisboa e Porto, aponta o Porta a Porta.
Em Lisboa, só são distribuídas 20 senhas de atendimento por dia, segundo indicações de pessoas que esperavam vez para serem atendidas.
O presidente do IHRU já reconheceu que a resposta está a falhar. Em declarações à Lusa, no final de uma audiência na Assembleia da República, António Benjamim Costa Pereira admitiu que o cenário é "gravíssimo", nomeadamente na demora da resposta aos quase 60 mil beneficiários do Programa de Apoio Extraordinário à Renda (PAER) com a situação por resolver.
O problema "não está no atendimento, o problema está no programa, que foi mal desenhado, mal feito e cria estes problemas", disse.
"Temos sempre o atendimento cheio, é um facto", constatou.
"Estamos a tentar amenizar [o problema] com muito esforço, com um trabalho hercúleo por parte dos nossos serviços, quer no Porto, quer em Lisboa", assegurou.
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