O que é uma hérnia encarcerada: o problema que levou Marcelo Rebelo de Sousa ao hospital

Marcelo Rebelo de Sousa foi submetido a intervenção cirúrgica devido a uma hérnia encarcerada.

02 de dezembro de 2025 às 11:33
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A situação vivida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na passada segunda feira, trouxe bastante atenção para aquilo que é uma hérnia encarcerada e quais as suas causas. Após ter dado entrada no Hospital de São João, no Porto, com uma indisposição, teve de ser submetido a uma intervenção cirúrgica.

 Mas afinal, o que é uma hérnia encarcerada e pelo que pode ser causada? Apesar de ser relativamente comum, esta condição pode ser fatal se não for tratada a tempo.

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Numa entrevista à CMTV, o médico Rui Nogueira explica que uma hérnia encarcerada ocorre quando uma parte de um órgão, geralmente o intestino ultrapassa uma área da parte abdominal e fica presa, formando uma saliência visível sob a pele. Em muitos casos, pode ser empurrada de volta para o interior do abdómen, e a hérnia é considerada “redutível”. No entanto, quando o tecido fica preso nessa abertura e já não pode regressar à sua posição normal, passa a ser chamada de hérnia encarcerada.

Esta situação é considerada perigosa uma vez que pode evoluir rapidamente para uma hérnia estrangulada, que acontece quando o fluxo sanguíneo para o órgão preso é interrompido. Sem oxigénio e nutrientes, o tecido pode morrer (necrose) e deve ser retirado de imediato através de uma intervenção cirúrgica.

As causas desta condição estão normalmente associadas ao enfraquecimento da musculatura abdominal e ao aumento da pressão dentro do abdómen. Entre os principais fatores de risco encontram-se o levantamento de pesos excessivos, a tosse crónica, a prisão de ventre persistente, a obesidade, a gravidez, cirurgias abdominais prévias e o próprio envelhecimento.

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Os sintomas mais frequentes incluem dor intensa e localizada, inchaço persistente, sensibilidade ao toque, náuseas, vómitos e dificuldade na eliminação de gases ou fezes.

 O tratamento passa obrigatoriamente por uma intervenção cirúrgica, cuja finalidade é libertar o conteúdo preso e reparar a abertura na parede abdominal.

De acordo com o médico Rui Nogueira, existem dois tipos de recuperação, sendo uma delas a que o Presidente da República se encontra a fazer neste momento. Caracteriza-se por uma alta hospitalar que deverá ocorrer num espaço de 48 horas, onde está apenas a existir uma recuperação anestésica e de movimento do intestino que ficou paralisado, uma vez que a parede intestinal foi remendada. Por outro lado, a segunda parte da recuperação, diz respeito à alta do domicílio em casa, que deverá rondar entre duas a três semanas com alguma limitação de movimentos e sem grandes esforços físicos, ainda que possa ser feita uma vida normal.

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Apesar da gravidade da situação, quando o diagnóstico é feito precocemente e o tratamento realizado rapidamente, o prognóstico tende a ser favorável. 

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