Quando a lua eclipsa o sol
Gráfico animado mostra as áreas atingidas pelo eclipse.
A lua escondeu esta sexta-feira, durante duas horas, parte do sol em Portugal, um fenómeno que foi observado em segurança em vários pontos do País (clique aqui para ver como foi o eclipse). O próximo só será visível em 2026.
"Os eclipses do sol cobrem uma faixa do planeta muito pequena e vão alternando várias zonas da Terra. Mesmo que voltássemos a ter um eclipse do sol, poderíamos não estar na latitude certa. Embora volte a ocorrer um eclipse solar no dia 13 de setembro, o facto é que não será possível vê-lo no nosso território. Só voltamos a ter um eclipse parcial em Portugal daqui a 11 anos", garantiu Rui Agostinho, diretor do Observatório Astronómico de Lisboa.
O eclipse parcial, que foi total na região do Ártico e no extremo norte do Atlântico, começou em Portugal por volta das 08h00 (hora de Lisboa) e terminou por volta das 10h00, com o pico a ocorrer cerca das 09h00. O arquipélago dos Açores foi a região do País onde o sol esteve mais tapado pela lua, ao contrário da Madeira, onde a dimensão do eclipse foi menor.
"De facto, os habitantes das ilhas dos Açores conseguem ter a maior percentagem de sol tapado", acrescentou o professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, durante uma aula sobre o eclipse na Escola Secundária Eça de Queirós, em Lisboa.
As áreas atingidas pelo eclipse
Observação direta queima a retina
A exposição à luz solar direta não provoca dor, razão pela qual a queimadura pode não ser imediatamente percetível. Visão enevoada, diminuição de acuidade visual e cegueira parcial são algumas das consequências de uma conduta negligente.
"A retina humana não sente dor e há um problema gravíssimo: a pessoa consegue olhar para o Sol e não sente nada a acontecer, mas a radiação, e em particular a infravermelha, que não é bloqueada pela atmosfera, queima a retina, ou melhor, coze a retina", alertou Rui Agostinho, diretor do Observatório Astronómico de Lisboa. "Quem não tem proteção, é melhor esperar 11 anos", aconselhou Graça Freitas, subdiretora-geral da Saúde.
Horas em que ocorreu o fenómeno
|
Começo do eclipse |
Máximo do eclipse |
Fim do eclipse |
Obscuridade do sol |
Beja |
07h59 |
09h01 |
10h08 |
64,5% |
Braga |
08h04 |
09h06 |
10h14 |
72,4% |
Bragança |
08h05 |
09h08 |
10h17 |
71,8% |
Castelo Branco |
08h02 |
09h04 |
10h12 |
68,1% |
Coimbra |
08h02 |
09h04 |
10h12 |
69,6% |
Évora |
08h00 |
09h01 |
10h09 |
65,6% |
Faro |
07h58 |
08h59 |
10h06 |
62,3% |
Lisboa |
07h59 |
09h01 |
10h08 |
66,9% |
Porto |
08h03 |
09h05 |
10h13 |
71,7% |
Santarém |
08h00 |
09h02 |
10h10 |
67,7% |
Vila Real |
08h04 |
09h06 |
10h15 |
71,4% |
Viseu |
08h03 |
09h05 |
10h13 |
70,2% |
Funchal |
07h49 |
08h45 |
09h47 |
57,2% |
Angra do Heroísmo |
06h55 |
07h50 |
08h51 |
74,7% |
Horta |
06h55 |
07h50 |
08h50 |
74,7% |
Ponta Delgada |
06h53 |
07h49 |
08h50 |
72,3% |
Começo do eclipse
Máximo do eclipse
Fim do eclipse
Obscuridade do sol
Beja
07h59
09h01
10h08
64,5%
Braga
08h04
09h06
10h14
72,4%
Bragança
08h05
09h08
10h17
71,8%
Castelo Branco
08h02
09h04
10h12
68,1%
Coimbra
08h02
09h04
10h12
69,6%
Évora
08h00
09h01
10h09
65,6%
Faro
07h58
08h59
10h06
62,3%
Lisboa
07h59
09h01
10h08
66,9%
Porto
08h03
09h05
10h13
71,7%
Santarém
08h00
09h02
10h10
67,7%
Vila Real
08h04
09h06
10h15
71,4%
Viseu
08h03
09h05
10h13
70,2%
Funchal
07h49
08h45
09h47
57,2%
Angra do Heroísmo
06h55
07h50
08h51
74,7%
Horta
06h55
07h50
08h50
74,7%
Ponta Delgada
06h53
07h49
08h50
72,3%
(Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa)
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