Ordem vai propor modelo de certificação de engenheiros em cibersegurança

Fernando de Almeida Santos anunciou ainda a definição do quadro de referência nas competências necessárias.

10 de maio de 2022 às 16:21
Fachada da sede da Ordem dos Engenheiros, em Lisboa Foto: Manuel Moreira / Correio da Manhã
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A Ordem dos Engenheiros anunciou esta terça-feira a criação de um grupo de trabalho para definir um modelo de certificação de engenheiros em cibersegurança, e o reconhecimento do exercício profissional no quadro de competências de cibersegurança (atos de engenharia).

"A Ordem vai avançar com uma proposta ao Governo para um modelo de certificação em cibersegurança", afirmou o bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando de Almeida Santos, numa conferência em Lisboa esta terça-feira sobre 'Economia e Cibersegurança', lembrando que a Ordem é uma associação profissional com competências delegadas pelo Estado para o reconhecimento do exercício profissional regulado.

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Fernando de Almeida Santos anunciou ainda a definição do quadro de referência nas competências necessárias aos profissionais deste setor, com base nos referenciais internacionais, e explicou que, para esta dinamização será criado um grupo de trabalho para o qual serão convidadas várias entidades e profissionais reconhecidos.

O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, que presidiu à sessão de abertura deste encontro organizado pela Ordem, defendeu que Portugal é um país que tem de "apostar muito" na inovação tecnológica e no crescimento "em múltiplas áreas", destacando a cibersegurança como "decisiva" para preservar não só o funcionamento da economia, para preservarem a interação entre os vários setores e seguir as recomendações de boas práticas do Conselho Nacional de Prevenção Contra a Corrupção.

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"Estou em crer que vamos encontrar respostas. Até lá, podemos ter sobressaltos, paralisação de setores inteiros da economia. Temos de estar preparados para responder a isso. É por isso que conferências como esta são extremamente importantes", afirmou o ministro na sua intervenção.

José Tribolet, professor catedrático Distinto Jubilado do Instituto Superior Técnico, e membro fundador do Colégio de Engenharia Informática da Ordem dos Engenheiros, defendeu que para compreender e apreender a temática da cibersegurança é necessário os empresários responderem de forma objetiva a perguntas como quais são os 'assets' (ativos) da empresa no espaço virtual ou quais são os processos de negócio da empresa, as cadeias de valor em que participa e como é que estes dependem destes 'assets' para operarem.

Para poderem continuar nas empresas, os dirigentes têm de se qualificar "com uma carta de condução empresarial no espaço virtual", através de formação e prestação de provas sobre os conhecimentos adquiridos, defendeu o professor.

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"São lugares de responsabilidade, são quem tem de assegurar a resiliência e a capacidade de continuar a manter emprego com as suas empresas", defendeu José Tribolet, considerando não ser mais admissível que empresários não tenham conhecimentos sobre o mundo virtual.

"Costumo dizer que uma empresa é como um avião a voar. Não é um barco a navegar no mar, não. Porque num barco a maior parte dos marinheiros sabe nadar, e num avião todos os que lá vão não sabem voar", afirmou, concluindo que num avião é importante que se mantenha sempre a capacidade de voar ou de aterrar minuciosamente.

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