Pinheiro bravo ardeu três vezes mais que o eucalipto

Investigadores do Instituto Superior de Agronomia de Lisboa analisaram o uso dos solos ardidos nos grandes fogos deste ano em Portugal.

01 de setembro de 2025 às 01:30
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A área de pinheiro bravo que ardeu nos grandes incêndios deste ano é três vezes superior à de eucalipto, concluiu uma análise dos investigadores José M. C. Pereira e Luís Lopes do CEF - Centro de Estudos Florestais, Laboratório Associado Terra, do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa. Foram analisados, de acordo com uma publicação do CEF, os tipos de ocupação do solo afetados por 72 incêndios com área superior a 100 hectares, contabilizados até 25 de agosto. A análise cruza mapas de áreas queimadas obtidos pelo EFFIS (266 166 hectares, 98% do total da área queimada até à data) com a Cartografia de Ocupação do Solo (COS) de 2023, da Direção-Geral do Território.

"Os matos [44,4%] eram a ocupação do solo mais afetada, seguidos de perto pela floresta [35,7%]", que representava pouco mais de 1/3 da área queimada total. "A percentagem de área agrícola queimada é maior do que o habitual", referem.

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"Quanto à área queimada por tipo de floresta, os investigadores verificaram que o fogo tinha afetado 95 095 hectares de floresta. Os pinhais bravos [57,2%] arderam três vezes mais do que os eucaliptais [18,8%], cuja área afetada é ligeiramente superior à do somatório da dos outros carvalhos (sobretudo espécies nativas) e outras folhosas (sobretudo árvores ribeirinhas, igualmente nativas)", refere o CEF.

Os autores alertam que os mapas produzidos pelo EFFIS são versões preliminares, produzidas em tempo quase-real, e podem sobrestimar a área queimada em valores próximos de 10%.

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