PJ alerta que uso de 'deepfakes' sexuais entre jovens e em contexto escolar começa a surgir

Autoridades alertam para casos em que jovens adulteram e transformam fotografias de colegas com propósitos sexuais.

14 de novembro de 2025 às 17:56
Cibercrime Foto: Getty Images
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A inspetora-chefe da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica afirmou esta sexta-feira que já começam a ser identificadas situações de 'deepfakes' sexuais em contexto escolar.

Com a democratização no acesso a ferramentas de inteligência artificial generativa (possibilitando a criação de novas imagens ou vídeos com recurso a fotografias de pessoas reais), começam a surgir em Portugal situações de jovens que adulteram e transformam fotografias de colegas com propósitos sexuais, disse à agência Lusa Carla Costa, que participou esta sexta-feira numa ação de divulgação da campanha da PJ "Missão Cibersegura", em Coimbra.

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"Têm surgido algumas situações, nomeadamente em contexto escolar, de jovens pegarem numa fotografia que retiram de uma rede social -- uma fotografia inócua -- e depois retiram a roupa da pessoa retratada [com recurso a ferramentas de inteligência artificial] e partilham essa fotografia por Whatsapp ou noutras redes", circulando depois dentro dos contactos da turma ou até das escolas, contou.

Carla Costa disse que muitos dos jovens consideram que esses usos "são uma brincadeira" e alertou que este tipo de comportamentos tem "consequências".

"Há um risco de [este fenómeno] crescer. Eles conseguem aceder facilmente a estas aplicações, que permitem fazer este tipo de coisas que têm um impacto muito negativo na vida das vítimas, na vida dos visados", notou.

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Outro fenómeno crescente centra-se na "extorsão sexual 'online'", situação que tem tido uma tendência crescente não apenas em Portugal, mas também na Europa, "quer para a obtenção de mais conteúdos íntimos, quer para os agressores obterem uma contrapartida monetária" pela não divulgação de determinados conteúdos.

De momento, a PJ tem divulgado um videojogo onde são abordadas várias situações de risco num contexto digital, como o cyberbullying, o aliciamento, discurso de ódio e desinformação.

A ferramenta tem sido usada em contexto de aula para crianças entre os 10 e os 16 anos, estando já em perspetiva uma atualização do videojogo com novos fenómenos que vão surgindo.

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"Já estamos a planear novos cenários e estamos a tentar arranjar financiamento para fazer um 'upgrade' ao jogo" para proteger os jovens noutros contextos, sempre no meio digital, acrescentou a inspetora-chefe da PJ.

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