Prematuros explicam maior mortalidade infantil
289 bebés morreram com menos de um ano em 2018.
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, avançou esta segunda-feira que o aumento da mortalidade infantil verificado no último ano obriga a um "apuramento rápido" das causas. Segundo dados provisórios da Direção-Geral da Saúde foi atingida uma taxa de 3,28 mortes por cem mil habitantes, o valor mais elevado desde 2012, ano em que a taxa foi de 3,4.
Miguel Guimarães considera que os números preliminares são "preocupantes". Os dados avançados, ontem, pelo CM indicavam que em 2017 houve 229 óbitos e em 2018 foram registados 289, ou seja, um acréscimo de 60 mortes num ano.
"Sabemos que o aumento da idade média da maternidade e o maior recurso a tratamentos de fertilidade podem ter algum impacto negativo na mortalidade infantil", adiantou o bastonário dos médicos, pedindo uma rápida análise por parte do Ministério da Saúde.
Por seu turno, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, avançou as causas que levaram a que estas mortes, adiantando que "nos primeiros 28 dias de vida morreram 194 crianças. Cem dessas crianças, ou seja, mais de metade, eram prematuros grandes" – bebés com uma gestação inferior a 28 semanas. Crianças que apresentam um maior risco de mortalidade por terem associadas várias complicações.
Na explicação da principal causa para o agravamento da mortalidade infantil, Graça Freitas disse que a Autoridade de Saúde faz um trabalho extenso de avaliação das causas de morte na fase neonatal.
A diretora-geral recusou estabelecer uma ligação entre o aumento da mortalidade infantil em 2018 e um menor investimento no Serviço Nacional de Saúde.
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