Presidente dos Alcoólicos Anónimos quer álcool taxado como o tabaco
Médico defende que impostos sobre o álcool devem subir, para moderar o consumo.
O presidente da secção nacional dos Alcoólicos Anónimos (AA) acredita que é necessária "uma sanção" que leve os consumidores excessivos de álcool a travar o hábito: uma das soluções poderá passar pelo agravamento dos impostos sobre as bebidas alcoólicas, à semelhança do que ocorreu com o tabaco.
Este sábado, no hotel Steyler, em Fátima, onde os AA estão reunidos, Domingos Neto disse ao Correio da Manhã que "o Governo atual fez mais por esta causa com o imposto sobre as bebidas espirituosas do que todas as campanhas anteriores".
Uma em cada vinte pessoas tem propensão para desenvolver síndrome de consumo excessivo de álcool, explica o médico. Para estas pessoas, a ideia de beber em moderação é "como pedir a um fumador para que só fume dois cigarros por dia". "É tortura", frisa. A solução, explica, passa por encontrar formas de conduzir as pessoas mais frágeis à identificação e abstinência.
Da parte dos membros dos AA, o objetivo é "não beber, um dia de cada vez", disse ‘António’, nome fictício. O homem, sem beber há 16 anos, recorda que "a única coisa que fazia era beber". "Não produzia, faltava sistematicamente ao trabalho, tinha a minha vida completamente desgovernada", acrescentou.
‘Miguel’, de 40 anos, sóbrio há 12, lembra-se que até chegar aos AA, "não sabia que era possível viver sem álcool".
Sediados em Lisboa e com grupos espalhados pelo País, os AA estão disponíveis através do número 217 162 969.
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