Álcool proibido a 100 metros das escolas

Os estabelecimentos comerciais, como lojas e restaurantes, podem ser proibidos de vender bebidas alcoólicas a menos de 100 metros de escolas. Esta é uma das recomendações do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências ao Governo, que prepara a alteração da lei do álcool. O secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Leal da Costa, não disse se o Governo irá aceitar as recomendações.

"Em Setúbal há um hipermercado que está a menos de 100 metros de uma escola. O que vão fazer a estas lojas?", questionou Ana Isabel Alves, secretária-geral da Associação de Vinhos e Espirituosas, no Fórum Álcool e Saúde, em Loures. "A nova lei será ineficaz: os menores andam 200 metros e compram álcool." Ao CM, Machado Caetano, infecciologista, alertou que o estado alcoólico permite aos jovens "atos sexuais de risco, que poderão levar a doenças como a sida". Entre as propostas de revisão da lei estão a proibição do consumo de álcool a menores de 18 e a notificação presencial dos pais dos menores apanhados a consumir. A partir das 02h00 será proibido beber na rua.

A Associação Portuguesa de Produtores de Cerveja (APCV) aceita a proibição de consumo de cerveja e vinho até aos 18, mas quer que o consumo de espirituosas seja proibido até aos 20. A alteração da lei não é consensual no Governo e no PSD. Pires de Lima, ministro da Economia, criticou, quando era presidente da APCV, a proibição de venda de álcool a menores de 16. Ontem, o ex- -deputado do PSD Luís Menezes escreveu nas redes sociais: "Se apanharem o meu filho, liguem só se estiver a beber Sagres.Se for Super Bock, ele já está a fazer as escolhas certas."